Empresa de origem espanhola, a Gestamp irá demitir 400 funcionários da fábrica de Gravataí, na Região Metropolitana. A empresa é fornecedora da General Motors (GM) e é chamada de sistemista porque fica instalada dentro do complexo. Produz estamparias usadas na fabricação dos veículos.
A decisão de redução do quadro de funcionários foi formalizada ao Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (SINMGRA), confirmou a entidade à coluna. Segundo o presidente, Valcir Ascari, a empresa também disse que pagaria as verbas rescisórias em três parcelas. A unidade emprega cerca de 1,25 mil pessoas.
- A Gestamp tem cerca de cem fábricas pelo mundo. É uma gigante. Mas nos disse que não pode mais manter o terceiro turno na planta de Gravataí devido à grave situação financeira pela qual passa o grupo, que não tem produzido e nem faturado durante a pandemia - detalha Ascari.
O sindicalista terá nova reunião com a empresa para tentar uma negociação. A coluna tenta contato telefônico com a Gestamp para entender melhor a medida, mas não o número não é atendido. Também foi enviado um e-mail com o pedido.
A GM está com a produção suspensa desde março e há uma expectativa de que retome em junho. O setor automotivo tem sido, inclusive, o que mais influencia na queda intensa nos indicadores da indústria brasileira durante a pandemia.
O caso da Gestamp chama a atenção pelo número alto de dispensas, mas várias companhias estão demitindo. Principalmente, aqueles com contratos temporários, já que não puderam usufruir das medidas de suspensão de contrato ou redução de jornada e salário. Aliás, quando esse programa emergencial do governo federal acabar, nos próximos meses, a tendência é de que haja uma avalanche de demissões, caso não tenhamos uma boa notícia na área da saúde que melhore as projeções para que o coronavírus seja vencido.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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