Além da suspensão de contrato de funcionários da base operacional por 60 dias a partir de maio, a fábrica da Gerdau em Charqueadas também adotará a redução de jornada e salários. Os mecanismos foram disponibilizados pelo governo federal por meio de uma medida provisória para evitar uma onda ainda maior de demissões, e vêm sendo adotados por diversas empresas dos mais variados setores. Em nota enviada para a coluna, a siderúrgica disse que a diminuição de jornada é uma proposta para os setores administrativos e de lideranças. A Gerdau fala em cenário de incertezas e ressalta que adotou diversas medidas para evitar a transmissão do coronavírus nas suas operações:
"A Gerdau ressalta, ainda, que a saúde e a segurança das pessoas são valores inegociáveis e que tem adotado uma série de ações para mitigar o risco de transmissão do coronavríus em suas operações. A companhia preza pelo diálogo aberto tanto com os representantes do sindicato como com seus colaboradores."
No final de março, a companhia já tinha decidido suspender por 15 dias a produção na fábrica. Para isso, foram antecipadas as férias dos trabalhadores. A decisão tinha sido tomada devido à redução significativa da demanda pelos setores atendidos pela empresa, principalmente o automotivo, durante a pandemia. No local, a Gerdau produz aços especiais e o principal cliente é a indústria automobilística. No ano passado, já tinha adotado o chamado lay off na unidade, que é a suspensão do contrato de trabalho quando a companhia precisa reduzir produção. Na ocasião, era um reflexo indireto da crise na Argentina, que afetou as exportações brasileiras para o país vizinho.
A parada da indústria automotiva se espalha pela cadeia econômica. Metalúrgicas que têm sua produção destinada a essas fábricas estão prorrogando as paralisações. Com as férias coletivas esgotadas, começam agora a suspender contratos dos trabalhadores. A GKN, cliente da Gerdau, já suspendeu quase 2 mil contratos em Porto Alegre e Charqueadas.
GM também suspendeu
Após ter antecipado a parada da produção, a General Motors (GM) acertou ainda em março com o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí a suspensão do contrato de trabalho dos funcionários. Será por até quatro meses, mas esse prazo não está definido e será reavaliado, explica o presidente do sindicato, Valcir Ascari. A medida atingiu mais de 5 mil trabalhadores.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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