O petróleo tem reagido com força nos últimos dias. As notícias de reabertura de algumas economias importantes no mundo fazem com que aumente a perspectiva de consumo, que, junto com os cortes de produção feitos por alguns países, eleva as cotações do ouro negro no mercado internacional. Já foram cinco sessões consecutivas de altas e a valorização segue nesta quarta-feira (6).
Sócio da Monte Bravo Investimentos, Bruno Madruga informa que, durante a sequência atual de ganhos, os preços do Brent, referência na Europa e na Ásia, já somam valorização de cerca de 55%. Já o petróleo WTI, de Nova York, subiu 99%. Lembrando que, há pouco tempo, os contratos de maio tinham fechado no negativo, ou seja, produtores pagando para retirarem o petróleo, que é caro de armazenar.
Como consequência, podemos ter, em breve, uma mudança de rumo nas definições da Petrobras. Após diversas reduções consecutivas nos preços do diesel e da gasolina comum nas refinarias, a estatal tem espaço para aumentar preços. O aviso é do economista João Fernandes, da Quantitas Asset, que cruza os valores no Brasil com aqueles cobrados no golfo dos Estados Unidos e as cotações da commodity.
- Com essa recomposição do preço do petróleo, a diferença entre o preço interno e externo da Petrobras se inverteu e está positiva agora. Há espaço para ela subir o preço da gasolina em uns 10%, se quiser - comenta o economista.
A Petrobras, no entanto, tem sido cautelosa com o repasse, já que as oscilações têm sido ainda mais extremas durante a pandemia. Além disso, demora algum tempo até o preço do petróleo chegar ao custo. João Fernandes projeta, no entanto, um aumento na refinaria até o final da semana que vem, caso a cotação continue alta no mercado internacional.
Nas bombas
Com mais uma semana de queda, o preço médio da gasolina comum foi de R$ 3,96 na pesquisa da Agência Nacional do Petróleo em mais de 360 postos de combustíveis do Rio Grande do Sul. É o menor preço desde agosto de 2017 no Estado. Lembrando que o pico foi em outubro de 2018, quando o litro chegou a custar, em média, R$ 4,95, com a disparada do preço do petróleo no mercado internacional na época.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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