Ao divulgar o seu balanço trimestral, a Marcopolo ressaltou que o período traz praticamente apenas impactos da paralisação na controlada da empresa gaúcha na China, que sentiu antes o impacto do coronavírus. Agora, a fabricante de ônibus com sede na serra gaúcha já percebe uma queda acentuada na demanda por rodoviários. Cita o impacto da pandemia nas atividades de fretamento, turismo e também na demanda por linhas regulares.
Desde o fim das férias coletivas, a Marcopolo está trabalhando com 50% da mão de obra na unidade de Ana Rech, na Serra. É onde a marca fabrica rodoviários no Brasil.
Em todas as unidades do país, os funcionários que não estão trabalhando estão, em geral, com o contrato suspenso. Segundo planeja a empresa, ele voltarão em regime de revezamento a partir de junho e alternando com quem está trabalhando agora. O rodízio pode se estender por até quatro meses, prosseguindo até agosto.
As exportações recuaram 19,4%. A empresa sinaliza dificuldades nos principais mercados dos ônibus da Marcopolo, com destaque para Chile, Peru e Argentina. Além disso, não vislumbra uma recuperação rápida nessas vendas. Apesar disso, as operações estão mais rentáveis com o dólar alto.
"Iniciamos a crise com uma boa carteira de pedidos e houve poucos cancelamentos. Apesar de em volumes menores, continuamos recebendo novos pedidos diariamente, tanto para o mercado interno, como, em especial, para o mercado externo, compondo uma carteira que, mantido o ritmo atual de produção no Brasil, nos dá visibilidade até o final de julho.", diz trecho do comunicado da fabricante de ônibus.
Ainda no comunicado a acionistas, a Marcopolo ressaltou que trabalha para reduzir custos e preservar o caixa. Com isso, está usando os mecanismos para cortar gasto com folha de pagamento, restringindo investimentos, cancelando distribuição de proventos, renegociando prazos de pagamento e apostando na cobrança de contas a receber. Destaca o baixo endividamento e a estrutura enxuta que ajudam nesse esforço.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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