O monitoramento semanal da Confederação Nacional do Comércio (CNC) foi atualizado e aponta que as perdas das lojas do Rio Grande do Sul bateram R$ 10,18 bilhões desde o início da pandemia. Conforme o relatório enviado para a coluna pelo chefe da Divisão de Economia da CNC, Fabio Bentes, os prejuízos têm ocorrido também no chamado varejo essencial, que inclui supermercados e farmácias. Esse segmento específico teve aumento de vendas somente na primeira semana, o que foi estimulado pela corrida de consumidores às compras com medo de desabastecimento.
Enquanto digere os números, o setor observa atentamente a retomada dos negócios em Porto Alegre. O decreto municipal autorizou a reabertura do comércio de médio e grande porte, além das lojas que estavam fechadas há dois meses nos shoppings. Enquanto as autoridades ficarão de olho no comportamento do coronavírus nas próximas duas semanas, os lojistas estão ansiosos para saber o comportamento do consumidor.
Presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV), Sergio Galbinski também é dono da Casa Louro, uma loja de confecções. No dia seguinte ao decreto, ele já reabriu a loja em um shopping que retomou as atividades. Com apenas ele e outra operação funcionando no centro de compras naquele horário, mandou fotos para a coluna, contou sobre os cuidados de higiene que tomou, alertou que havia pessoas usando só o face shield sem máscara - o que é errado - e comentou que o movimento estava sim muito fraco.
- Mas, quando tivemos a abertura aos domingos autorizada, nós ficamos um ano trabalhando sem receber cliente nesses dias até que as pessoas criassem o hábito. Vai ser por aí e vamos estar aqui quando o consumidor vier - diz o lojista.
Nesta sexta-feira (22), haverá a reabertura de lojas em grandes shoppings de Porto Alegre e também em centros de compras menores. Entre eles, estão o Shopping Total, Iguatemi, Praia de Belas e Shopping João Pessoa. O horário de atendimento, no entanto, será reduzido. Além disso, cinemas e áreas de entretenimento não podem funcionar.
O desempenho será observado atentamente pelos empresários para traçar o futuro dos seus negócios, grandes ou pequenos. Claro que muitas lojas não terão caixa para aguentar e estão com dificuldades para acessar o crédito anunciado pelo governo federal. Os bancos alegam aumento grande do risco, enquanto o setor empresarial e o Ministério da Economia criticam o chamado "empoçamento" do dinheiro no setor bancário. Presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Glauco Humai estima que a taxa de vacância, que se refere à proporção de lojas desocupadas, deve triplicar agora com a pandemia.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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