A pandemia gerou um impacto, já contabilizado na pesquisa oficial, de uma redução de 41,7% no transporte rodoviário de cargas no Rio Grande do Sul. Apesar de alto, é um número menos negativo do que a média nacional, de -45,2%. O Estado mais afetado é o Maranhão, com -75%.
No entanto, o presidente da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no RS (FETRANSUL), Afrânio Kieling, diz que o impacto no Rio Grande do Sul já é maior. Ele fala em redução de 45% a 50% a partir da sondagem periódica que faz com os sindicatos. No último balanço, o executivo informou que o impacto não tinha sido maior devido à safra de soja, mas que a tendência era de o número piorar.
- A recuperação será muito, mas muito lenta, por diversos fatores, entre eles a falta de capital, baixo fluxo de caixa e as demissões tanto nas indústrias quanto no comércio. Carregamos na indústria e entregamos para o comércio. Somos o elo. Não há como escapar da crise. Acredito que vamos precisar de uns dois anos para voltar aos níveis em que estávamos e que eram muito bons antes da pandemia.
As 13 mil empresas representadas pela federação possuem uma frota de 270 mil caminhões no Estado. O acompanhamento da queda no volume de cargas movimentadas no país está sendo feito há cinco semanas pelo Departamento de Custos Operacionais (DECOPE) da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística). O transporte rodoviário internacional de cargas já vinha sofrendo antes da crise com problemas políticos, com o fechamento de fronteiras e a dificuldade da circulação nos países de fronteira como Argentina, Bolívia e Chile. Para piorar, também sofreu atualmente cerca de 61% de queda.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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