O tombo da bolsa de valores de São Paulo (B3) foi disseminado nesta segunda-feira (6). Com direito até a circuit breaker, quando os negócios foram interrompidos por 30 minutos no momento em que o Ibovespa atingiu uma queda de 10% logo no início do pregão. E como as ações das empresas gaúchas de capital aberto não formam uma ilha, também foram impactadas. O clima de tensão fez desabar 12,16% o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo. Enquanto isso, o dólar comercial se valorizou 1,97%, cotado a R$ 4,7256, novo recorde nominal desde a implementação do Plano Real.
Levantamento feito pela Quantitas Asset para a coluna apontou desvalorização nos papéis de empresas com sede no Rio Grande do Sul e ações negociadas na bolsa. Há queda inclusive naquelas que não têm a matriz no Estado, mas possuem ligação forte com os gaúchos, como Gerdau, Grendene e Camil.
A guerra de cotações do petróleo entre Rússia e Arábia Saudita assusta investidores, que estão vendendo ativos e levando o dinheiro para aplicações de menor risco, derrubando bolsas e elevando o dólar. Intensificou o temor que já existia do impacto econômico do avanço do coronavírus. Com o petróleo em queda livre, as ações da Petrobras, por exemplo, tiveram desvalorização de 29,70%.
Veja o desempenho das ações das gaúchas no pregão desta segunda:
Quedas maiores do que o Ibovespa (-12,17%):
Quedas menores do que o Ibovespa:
- Marcopolo -9,83%
- Lojas Renner -9,41%
- SLC Agrícola -6,54%
- Kepler Weber -6,11%
- Dimed (Panvel) -5,81%
Empresas que não têm matriz no Rio Grande do Sul, mas forte ligação com o mercado gaúcho:
CEEE, Josapar e Panatlântica não tiveram negociações. São papéis com baixa liquidez.
— Tem muitos setores de atividade diferente ali no grupo das gaúchas. Na média, elas caem próximo ao Ibovespa. E todas têm exposição de atividade muito maior do que no Rio Grande do Sul. Então, é tudo muito parecido ao panorama geral do mercado — analisa Wagner Salaverry, sócio da Quantitas Asset.
Há claramente um efeito manada no mercado nesta segunda, com os investidores abandonando aplicações mesmo que saiam no prejuízo. O que não minimiza o impacto dessa forte desvalorização. O mercado financeiro é onde empresas buscam dinheiro para financiar seus negócios e isso tem impacto na "economia real", que vai da construção de novas unidades até a geração de empregos. Sem falar no impacto na confiança dos empresários e sabe-se que a economia é muito movida à segurança. Leia também:
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Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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