Além da queda na bolsa e da alta do dólar nesta sexta-feira (6), um pronunciamento da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos (Anfavea) preocupa. A entidade alertou que a produção de veículos pode ser interrompida ainda em março por falta de peças. A epidemia do coronavírus, iniciada na China, reduziu os envios para o Brasil.
Quando há autopeças para envio, faltam navios ou o inverso, segundo a associação. Lembrando que a China é o maior fornecedor de autopeças para o Brasil, com 13% de um mercado estimado em US$ 13 bilhões, em 2019.
Para projetar o impacto disso aqui no Rio Grande do Sul, a coluna procurou a General Motors (GM), que tem fábrica em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre. Em nota, a montadora informou que está atenta ao avanço do coronavírus e suas implicações na cadeia produtiva junto aos fornecedores globais, mas que, até o momento, a produção local não foi impactada.
Já a Anfavea disse também que aguarda uma posição do governo federal para saber se haverá algum tipo de estímulo à economia. No balanço de produção de veículos apresentado nesta sexta, a entidade mostrou um gráfico listando oito países que anunciaram medidas, como redução de juros e investimentos.
— O Brasil, pelo que sabemos, ainda não tem nenhuma medida, a não ser um indicativo de redução na taxa Selic. É uma reflexão que a Anfavea está fazendo, sabemos das limitações. Mas tem um problema que precisamos enfrentar. Vamos deixar a bicicleta parar ou iremos mantê-la em movimento? — questionou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, que também é executivo da Mercedes-Benz do Brasil.
A Anfavea também adiou o Salão do Automóvel de São Paulo, que aconteceria em novembro deste ano, para 2021. A mudança de datas aconteceu depois de uma série de desistências por parte das marcas, como Chevrolet e BMW.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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