Desde que casos com pessoas com coronavírus foram confirmados no Brasil, a coluna tem recebido relatos de empresas e instituições de ensino que estão tomando medidas de prevenção contra a doença. Na maior parte dos casos, são viagens canceladas e adiamento de convenções. Em outras situações, tem se apostado no trabalho remoto, quarentena de funcionários que estiveram em países com registro alto de casos e até mesmo bebedouros sendo lacrados. Confira abaixo alguns iniciativas das companhias:
Bebedouros lacrados
Seguindo as orientações do professor que também é presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV), Fernando Rosado Spilki, a Universidade Feevale, de Novo Hamburgo, lacrou os bebedouros que estavam disponíveis para funcionários e estudantes. Além disso, disponibilizou álcool gel nos ambientes de circulação.
Aliás, a coluna consultou o presidente da SBV sobre as medidas adotadas pelas empresas ouvidas pela coluna. Fernando Rosado Spilki atestou que todas as ações listadas aqui no texto são válidas e acrescentou outras:
— É preciso higienizar bem itens de uso compartilhado. Por exemplo, os talheres de refeitórios. Há um estímulo para dispensar o uso de descartáveis, como copos e canecas, mas eles representam risco se a limpeza não for adequada. Também seria interessante evitar ambientes fechados com ar condicionado, quando possível. O uso de ventilação natural é o mais adequado. São medidas consideradas exageradas, às vezes, mas são importantes para combater o contágio.
Proteção para experimentar roupas
Já a Casa Louro, loja de roupas femininas, está oferecendo toucas descartáveis para as clientes usarem no rosto quando experimentam blusas no provador. A empresa é do presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV). Segundo Sérgio Galbinski, é para evitar o contato do nariz e da boca com a roupa, que pode vir a ser usada por outra consumidora depois. A loja também está oferecendo álcool gel e lenços descartáveis.
Viagens e convenções canceladas
O grupo AGCO está substituindo viagens por reuniões pela internet. E a GSI, empresa do grupo com sede em Marau, adiou a convenção de vendas que realizaria daqui 15 dias.
Outra empresa que cancelou uma convenção anual de vendas é a Higra, indústria de São Leopoldo que produz e exporta bombas para saneamento e sistemas de geração de energia. A convenção foi cancelada porque muitos participantes de vários Estados não queriam pegar avião.
Em memorando colocado dentro da fábrica em Gravataí, a General Motors (GM) informa também sobre as restrições de viagens. Em casos excepcionais, elas seriam mantidas, mas somente após aprovação de um comitê executivo.
Trabalho remoto
Algumas empresas já tem sistemas prontos para que os funcionários trabalhem de casa, em caso de necessidade. É o caso da agência BriviaDez, que pode acionar essa possibilidade no caso de um avanço maior da epidemia onde tem escritórios.
No Flowork, um coworking que tem mil pessoas trabalhando em Porto Alegre, algumas pessoas que chegaram de viagem com sintomas já realizaram os exames, que deram negativo. Em outros casos, optaram por ficar em casa.
Campanhas de conscientização
A Monte Bravo Investimentos também criou um protocolo de prevenção divulgado para toda empresa. Além disso, há trabalhadores em quarentena por terem viajado para áreas de risco.
— Um dos nossos sócios é médico e foi colocado como "prefeito do problema" — conta o sócio Felipe Mahler.
O Grupo Herval, dono da rede de lojas taQi, abasteceu as unidades com álcool gel nas lojas. Além disso, está fazendo uma campanha interna de conscientização sobre prevenção e diagnóstico.
Intensificando a limpeza
Como a coluna já tinha até noticiado, o Grupo Zaffari, também dono dos hipermercados Bourbon, intensificou a limpeza com álcool gel dos carrinhos e também dos cestinhos de compras das lojas. Mais funcionários foram destacados para a tarefa, que tem chamado a atenção dos clientes.
Álcool gel como marketing
A distribuição de álcool gel também pode ser usada como ação de marketing, afinal. Barbearia com sede no Rio Grande do Sul e unidades em outros Estados também, a La Mafia mandou fabricar 24 mil sachês de álcool gel 70% para serem distribuídos para os clientes.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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