Um desejo da coluna para 2020 é que o mercado de trabalho melhore, mas com força. Que a geração de empregos ganhe um ritmo mais acelerado, que absorva quem está buscando trabalho e também quem desistiu.
Se o ano permitir que meu desejo vá um pouco além, gostaria de ver atendidos os pedidos dos trabalhadores de que os salários oferecidos sejam melhores, aumentando a renda total injetada no consumo, o que ajuda a rodar a economia. Não esqueço, claro, dos empresários. Também gostaria que os pedidos deles fossem atendidos, com aumento da produtividade dos funcionários, além da redução da carga tributária e da burocracia para gerar empregos.
Enquanto isso, olho alguns dados positivos da última pesquisa do IBGE, por mais que ainda estejamos com 11,9 milhões desempregados no país. A taxa cai lentamente, mas o levantamento do instituto tem trazido informações que apontam uma tendência de melhora. Abaixo, listo quatro bons sinais do mercado de trabalho:
1 - Criação de emprego com carteira assinada: durante a crise, quando a taxa de desemprego caiu, foi puxada pela informalidade. A volta da geração de postos de trabalho formais é sinal importante, já que é um emprego que dá mais segurança para as famílias, aumentanto consumo e, por consequência, influenciando nas expectativas das empresas para uma retomada da economia.
2 - Menos desalentados e subutilizados: aliás, a criação de empregos, por si só, já é importante. Houve meses em que a taxa de desemprego caiu apenas porque pessoas deixaram de buscar trabalho. Esse contingente é chamado de desalentados e também aparece na pesquisa do IBGE. Agora, a taxa de desalento parou de subir e até teve recuo, assim como a de subtutilização, que são as pessoas que gostariam de estar trabalhando mais horas, mas não conseguem. Ainda assim, são índices elevados.
3 - Indústria e construção voltam a contratar: se aqui no Rio Grande do Sul, eles ainda não reagiram ainda, no país, os setores voltaram a criar empregos com taxas mais robustas. A indústria é chamada de motor da economia, porque gera, na maioria, postos de trabalho com carteira assinada e salários mais elevados. É renda que depois é gasta no comércio e no setor de serviços.
4 - Renda em alta: como consequência da geração de emprego na indústria e do avanço no mercado formal, o rendimento médio regal do trabalhador também dá sinais de melhora. Segundo o Instituto de Estudos para Desenvolvimento Industrial (IEDI), teve sua melhor taxa de crescimento desde o primeiro trimestre de 2019, ao registrar +1,2% no trimestre encerrado em novembro.
"Apesar disso, este dinamismo continua fraco e fica bem aquém daquele apresentado em 2017 e 2018 e, embora tenha ajudado a massa de rendimento ter crescido mais, aponta para a importância da liberação dos recursos do FGTS e para a expansão do crédito no reforço do consumo das famílias neste final de ano", pondera o IEDI.
Crescimento robusto da renda é importante para o consumo. Mas é ainda mais relevante para sustentar os pagamentos das compras feitas, e muitas parceladas, durante a liberação do FGTS. Assim, evita uma eventual alta da inadimplência.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Siga Giane Guerra no Facebook
Leia mais notícias da colunista