O mês que concentra a contratação de temporários foi o melhor, em termos de geração de vagas, para os setores de comércio e serviços do Rio Grande do Sul desde 2014, quando começou a crise econômica. O dado chamou a atenção no Caged de novembro, que é o cadastro com dados de emprego com carteira assinada divulgado pelo governo federal.
Setor que mais pesa no PIB, estabelecimentos de serviços criaram 3.305 empregos formais no mês passado. São cerca de 1 mil vagas a mais do que as geradas no mesmo mês de 2018. Apesar do fechamento que ocorre nesta época em instituições de ensino, há uma demanda maior para a temporada de verão.
Já o varejo, com a proximidade do Natal, abriu 6.221 empregos. Também são cerca de 1 mil postos de trabalho a mais do que em novembro de 2018 criados pelas lojas gaúchas.
Claro que há o efeito de uma base de comparação ainda baixa, mas há sim sinais positivos. Certamente, contratar mais trabalhadores aponta uma confiança de que as vendas serão superiores neste ano. Economista-chefe da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Oscar Frank observa ainda que as o saldo positivo de emprego teve uma boa disseminação entre os segmentos.
— Temos fatores positivos do atual cenário, como juros e inflação baixos, liberação do FGTS, efeitos defasados das reformas, melhora mais forte do crédito para as pessoas físicas e contenção de alguns custos das empresas. Creio em melhores resultados do emprego formal em 2020, ainda que em ritmo aquém do desejado — comemora e pondera ao mesmo tempo o economista.
As fábricas e a construção civil, no entanto, seguem preocupando. Os dois setores seguem extinguindo postos de trabalho. No caso da indústria da transformação, o pior resultado veio, novamente, dos calçadistas, que cortaram 1,1 mil empregos formais.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Siga Giane Guerra no Facebook
Leia aqui outras notícias da colunista