Com a acelerada de dezembro, a inflação de Porto Alegre fechou 2019 em 3,56%. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S) foi divulgado nesta sexta-feira (3) pela Fundação Getúlio Vargas. Apesar de ter avançado nas últimas semanas, ainda é considerado um patamar baixo para a inflação, considerando que a meta do governo federal para a inflação nacional em 2019 era de 4,25%.
Após ter até registrado meses de deflação, o indicador vem sendo pressionado pela disparada nos preços das carnes e também pelo reajuste da gasolina no último trimestre. Em especial, na finaleira do ano. Para se ter ideia, o IPC-S fechou dezembro em 0,53%, contra 0,37% de novembro.
As principais pressões de alta em dezembro foram a carne moída (+10,89%), a gasolina (3,65%), a costela bovina (+19,12%) e refeições em bares e restaurantes (+0,93%). A inflação só não avançou mais porque houve queda na conta de luz com recuo na cobrança extra da bandeira tarifária, o que também permitiu redução do gasto das famílias com condomínio. Cebola e batata também ficaram mais baratas para o consumidor de Porto Alegre.
Para a carne, há expectativa de redução em janeiro para o consumidor, já que a arroba do boi teve recuo de 15% nos preços em dezembro. Já para a gasolina, não há previsão de queda, pois é época de alto consumo nas férias e o bombardeiro em Bagdá elevou os preços do petróleo no mercado internacional.
Coordenador da pesquisa da FGV, André Braz pondera, no entanto, que o acumulado de 12 meses trouxe pressões diferentes sobre o índice. As principais influências de alta vieram do setor de serviços: show musical (+20%); refeições em bares e restaurantes (6,41%), que tem influência do aumento da carne); plano e seguro de saúde (+7,53%), que tradicionalmente têm subido bem acima da inflação; carne moída (+17,42%); tarifa de ônibus urbano (+9,3%); e jogo lotérico (+39%).
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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