Em tempos de crise no ensino privado, uma rede de escolas do Rio Grande do Sul já está com quase 50% dos alunos matriculados para 2020 e se prepara para assumir a décima instituição de ensino. É a Rede São Francisco, que tem sede em Porto Alegre. A coluna Acerto de Contas voltou a conversar com o diretor Ademar Joenck, conhecido no setor pelas suas planilhas e planejamento financeiro.
A São Francisco costuma ser a que define antes o reajuste das mensalidades, que é o número mágico e desafiador das instituições. Segundo Joenck, a média ponderada de aumento para o ano que vem será de 6,16%. No entanto, varia muito conforme a unidade, indo de 1,26% a 6,88%.
— Nossa negociação é uma sanfona. Damos desconto, podemos isentar de matrícula, não aplicar reajuste, depende. Nosso objetivo é educar e não ganhar dinheiro. O dinheiro é necessário para continuar educando — explica o diretor.
A rede tem um faturamento mensal de R$ 3 milhões e deve atingir 5 mil alunos em 2020. A São Francisco assumiu agora o Instituto Vicente Pallotti e já está fazendo as matrículas. A instituição corria o risco de fechar e agora passa a se chamar Instituto São Francisco – Pallotti.
Responsável pelo administrativo, Ademar Joenck tem um planejamento financeiro de fazer inveja, carregando consigo sempre a planilha enorme e colorida com todas as escolas da rede. Fala, orgulhoso, que a instituição paga tudo à vista, esgota as negociações e não gasta com juro. Ele explica como calcula o reajuste das mensalidades:
- Basicamente, em agosto, projeto a inflação de 12 meses para fevereiro do ano seguinte. Neste ano, ficamos entre 4% e 4,5%. Coloco cerca de dois pontos percentuais de margem para cobrir as incertezas que temos em relação aos custos.
Desconto por antecipação
A Rede São Francisco adota uma prática que a coluna Acerto de Contas já defendeu por aqui, que é oferecer descontos para os pais que antecipam o pagamento das mensalidades dos alunos. Premia a organização financeira dos cuidadores, que dificilmente teriam uma rentabilidade semelhante para o dinheiro em aplicações financeiras. Por outro lado, as escolas reduzem a necessidade de recorrer a crédito e, talvez o mais importante, fidelizam ainda mais as famílias.
No caso da São Francisco, Ademar Joenck explica que o desconto aumenta em um ponto percentual a cada mês antecipado:
- Se ele antecipa 15 meses, dou 16% de desconto. Se ele antecipa 14 meses, dou 15% e assim por diante.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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