O Rio Grande do Sul engatou a sexta semana consecutiva de aumento no preço da gasolina, após ter registrado 19 semanas de queda. A pesquisa da Agência Nacional do Petróleo encontrou o litro custando em média R$ 4,613, contra R$ 4,588 da semana anterior. É o patamar mais alto desde novembro de 2018.
Desde que voltou a subir, o combustível acumula uma alta de R$ 0,409. Ainda não atingiu, no entanto, o pico mais alto de preço, que foi registrado em outubro do ano passado. Na época, a pesquisa da ANP apontou média de preço de R$ 4,953 na gasolina em postos do Rio Grande do Sul.
A coleta da ANP foi encerrada no sábado (6). Não pegou ainda o repasse do aumento de R$ 0,10 no preço da gasolina na refinaria, determinado pela Petrobras na sexta-feira (5).
O preço da refinaria é o valor cobrado das distribuidoras, sem tributos. Depois, cada uma define quanto vai cobrar do posto de combustível, que também tem liberadade para determinar por quanto a gasolina sairá da bomba, para o consumidor. No meio disso, há margens de empresas e tributação. No Rio Grande do Sul, a alíquota de ICMS é de 30%, entre as maiores do país.
Tendência
Mesmo não aparecendo na pesquisa da ANP ainda, o aumento na refinaria já está sendo repassado, conforme alguns postos observados pela coluna Acerto de Contas. Diretor-presidente da Rede SIM, que tem 130 postos de combustível na Região Sul, Neco Argenta estima que o aumento na bomba de combustível ficará em torno de R$ 0,10 também.
Mas será que sobe mais na refinaria? O preço do petróleo ainda está em alta no exterior, com a redução de produção. Aliás, teve a maior elevação trimestral desde 2009. Há divergência entre especialistas sobre a tendência de preços. No entanto, o banco norte-americano Goldman Sachs divulgou há semanas projeção apontando que os preços do Brent passarão dos US$ 70 por barril no curto prazo. Já está quase lá.
Além disso, o preço usado para cálculo do ICMS da gasolina terá alta novamente no Rio Grande do Sul. Já subiu de R$ 4,35 para R$ 4,43 no início de abril. Como o combustível segue aumentando nos postos, isso se refletirá na pesquisa da Receita Estadual, provocando elevação em cascata de preços.