Engenheiro mecânico e professor do Senai Automotivo, Anderson Antunes de Paulo passou uma semana em Brasília analisando os projetos das indústrias automobilísticas brasileiras nos últimos anos, identificando o que foi feito realmente e o que trouxeram de novidades. Ele integrou o Comitê de Auxílio Técnico do Ministério do Desenvolvimento.
Para o engenheiro, a tendência são carros cada vez mais econômicos, com motores menores mantendo e até aumentando a potência. As montadoras estão adotando, por exemplo, carros com injeção de água para reduzir o consumo de combustível, contou ao programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha).
- Hoje, em geral, se percorre 500 quilômetros com um tanque de gasolina. A ideia é fazer 1 mil quilômetros, como alguns modelos já conseguem. Para incentivar este movimento, é preciso reduzir impostos para carros mais novos, mas com tecnologia brasileira e eficiência energética - detalha Anderson de Paulo.
Segundo o engenheiro, o modelo de carro popular mais econômico atualmente é o Up!, da Volkswagen. Inclusive, lidera os rankings do Inmetro.
- A montadora informa que o Up! chega a fazer 900 quilômetros com um tanque. Mas, com uma condução focada na eficiência, o motorista consegue passar fácil dos 1 mil quilômetros com um tanque.
Conforme levantamento do Inmetro, o Up! faz 16,3 quilômetros por litro da estrada. Na cidade, são 14,3 quilômetros por litro.
Carro elétrico
O professor do Senai Automotivo faz ressalvas quanto ao carro elétrico. Pondera que o veículo gasta mais energia para ser produzido, gera gás carbônico nesta fabricação e questiona sobre o destino das baterias.
- É como se o carro elétrico tivesse seis mil celulares embaixo do veículo. Sem falar no desafio de abastecer. Temos problemas de geração de energia elétrica no Brasil e até por isso está tão cara, com bandeiras tarifárias para cobrir o aumento de custo - lembra o engenheiro.
Etanol
Antunes é defensor dos carros a etanol, o chamado álcool combustível. É renovável também e, segundo ele, tem menor impacto ambiental.
- O Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol e há estudos da USP que mostram um potencial de aumento de 40% na produtividade apenas investindo em tecnologia - conclui.
Ouça o programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha):