- Foi o Natal da compra antecipada - diz o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados. Segundo Antônio Cesa Longo, 70% das vendas já ocorreram, quando o normal é sobrar quase a metade para o dia da ceia.
É o melhor calendário possível para os supermercados. Como o Natal caiu em uma segunda-feira, a AGAS constata que o consumidor antecipou as compras para o final da semana passada, além de sábado e domingo. O faturamento geral de vendas não deve surpreender, ficando dentro do esperado. É o que ocorre na rede Supermago, segundo a diretora Patrícia Machado, que também é presidente da AGAS Jovem.
- Sobre vendas de produtos sazonais, mantemos a mesma quantidade em proporção de vendas do mesmo período do ano passado. São produtos como panetones, caixas de bombom, aves e alimentos decorativos para a ceia.
O destaque ficou com espumantes. A rede verificou crescimento de 26% na comercialização.
- Sobre as vendas de uma maneira geral, os últimos três dias de vendas antecedentes ao Natal foi de fraco movimento e crescimento de apenas 3,65%, o que atribuímos à inflação deste ano. Porém, dezembro cresce 5,5% sobre 2017 - complementa Patrícia.
Shopping
Analisando as trocas de notas fiscais para concorrer a prêmios, o Shopping Total identifica que o número de presentes por cliente está acima de quatro. O valor médio por nota supera R$ 200 e o gasto por cliente ficou acima de R$ 800.
- Os lojistas têm comentado que, além de mais produtos por cliente, o valor do tíquete médio também aumentou em relação 2017 e 2016 - conta a gerente do Shopping Total, Sílvia Rachewsky.
Na movimentação do estacionamento, houve um crescimento de 23% em relação ao ano passado. A curiosidade é que os dias de semana estão com com fluxo maior que sábados.
Aceleração nas vendas
Com quatro lojas de roupas no interior, Bernard Bolacell observa que as vendas vinham melhorando, mas a alta teve uma aceleração nos últimos dois meses. É proprietário das marcas For Men e Via Condotti.
- Na média de dezembro, estamos crescendo 16% e no ano, 9%.
As lojas ficam em São Luiz Gonzaga e Santiago. Em número absolutos, o empresário diz que está vendendo mais do que antes da crise.
- O interior tem uma relação diferente do que a capital. Somos muito afetados pelo preço da soja e gado - conta Bolacell.
Impressionantes 43% de alta
Dono da Pet Sperk, Thiago Sperk conta que as vendas estão 43% acima de dezembro de 2017. Os motivos, segundo ele, são vários. A empresa abriu uma nova pet shop, investiu R$ 200 mil em marketing e começou o sistema de vendas 24 horas.
- Além do efeito Bolsonaro, nosso ramo de atividade aquece mais no verão. Será o melhor Natal da nossa história.
Além da loja, A empresa também oferece consultas para os animais de estimação.
Presente de R$ 69
Há lojistas que dizem que a venda se intensificou após o pagamento da segunda parcela do 13º salário. Dono da Casa Louro e dirigente de entidades de varejo, Sérgio Galbinski aposta em crescimento de 30% e diz que se preparou "bem" melhor para este Natal.
- Fizemos um bom estoque de camisetas de R$ 69. Consumidores procurando presentes de determinado valor e bem objetivos em não ultrapassar este valor. O interessante é que tivemos pouco parcelamento. Muitas vendas em débito e cartão em uma parcela apenas - detalha o lojista.
Ainda são percepções preliminares e de casos isolados, mesmo que os empresários integrem a direção de entidades setoriais. Os indicadores oficiais e com divulgação periódica serão conhecidos nas próximas semanas, com o índice de venda do Natal. Mas será que a crise acabou, finalmente?