Há um trabalho que precisaria de 1.750 profissionais e tem apenas 40 no Rio Grande do Sul. A função tem um nome estranho: "acreditador". O profissional avalia estabelecimentos credenciados a realizar diagnóstico por imagem.
O cálculo é do professor Daniel Souza, dos cursos de Engenharia, Biologia e Biomedicina da UniRitter. Segundo ele, o Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem, desenvolvido pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Agência Nacional de Saúde, entra oficialmente em vigor em 2019. Não é obrigatória a adesão das empresas, mas quem entrar terá a certificação como diferencial de mercado, além de pagamentos maiores da ANS para o SUS.
- Planos de saúde também poderão exigir os processos de acreditação dos prestadores de serviço - diz Souza.
O professor diz que a exigência começou com um movimento de 2013 para cá de entrada no país de equipamentos de diagnóstico por imagem sem documentação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Hospital e clínicas passaram a usar as máquinas.
- São 30% mais baratos. Só que não tem gente suficiente nos órgãos públicos para fazer a fiscalização. Então, isso ocorre só se houver denúncia - afirma Souza.
O profissional analisa documentos, levanta informações, verifica as pessoas que trabalham com os equipamentos de diagnóstico por imagem, vê se estão adequados, rotinas de higienização, manutenção, entre outras coisas. É preciso ter nível de ensino superior.
O curso para acreditador interno custa R$ 2,5 mil. Ele faz a avaliação e então chama o Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem, que traz acreditadores externos. Neste caso, há apenas 20 profissionais no país e o curso é feito em São Paulo, com custo de R$ 5 mil.
- No Rio Grande do Sul, teríamos em torno de 175 serviços para cada um dos 40 acreditadores internos colocar em dia. São processos que levam de seis meses a um ano. A remuneração vai de R$ 4 mil a R$ 12 mil para fazer a primeira parte processo em um local. Um hospital grande pode gerar um contrato de um ano de R$ 150 mil. O ideal seria termos 1.750 acreditadores. Cada um ficaria responsável por quatro serviços.
Além do trabalho inicial para conseguir a certificação, há a validação periódica a cada um ou dois anos. A empresa pode cair, continuar ou subir de nível na certificação.