Agosto foi um mês ótimo para o varejo gaúcho, como mostram indicadores e percepções de lojistas já enviadas para a coluna Acerto de Contas. O comportamento aparece na pesquisa divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (11), onde o resultado do Rio Grande do Sul atingiu 101,9 pontos, que é o maior patamar do levantamento feito desde 2000.
Em volume, as vendas cresceram 3,5% sobre julho, após duas quedas consecutivas. O IBGE aplica o ajuste sazonal. Na comparação com agosto de 2017, o avanço foi de 7,3%. O acumulado de 12 meses aponta crescimento de 8,6%.
- Houve uma mudança na metodologia e alguns segmentos passaram a ter pesos diferentes na pesquisa a partir de abril de 2017. Logo, devemos ter cautela na interpretação dos resultados. Oficialmente, podemos dizer que é o patamar mais alto da série sim e um resultado relevante para o varejo do Rio Grande do Sul - explica o economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank.
O desempenho gaúcho foi muito melhor do que o do varejo nacional, que aumentou 1,3% em agosto sobre julho. Vice-presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo, Sérgio Galbinski já tinha avisado a coluna do desempenho logo no início de setembro. O frio intenso estimulou as vendas, segundo ele. Em especial, de confecções, que incluem roupas e calçados.
- Não é comum as vendas de agosto serem maiores do que as de julho no Rio Grande do Sul - observa o empresário.
Mas o resultado do país também foi importante e destacado pelo IBGE:
- Agosto teve uma redução da taxa de desocupação e aumento da população ocupada. As baixas temperaturas de agosto estimulam algumas atividades. O pagamento do PIS/PASEP também ajudou. São coisas que ajudam a compreender esse resultado positivo. O que chama atenção é o crescimento de 5,6% em tecidos, vestuários e calçados. As promoções do setor se concentram em agosto, sazonalidade que ajudou esse grupo - diz a gerente da pesquisa, Isabela Nunes.
Varejo ampliado
O IBGE também calcula o índice do varejo ampliado, que inclui a venda de veículos e de materiais de construção. Na média nacional, a variação entre julho e agosto foi de 4,2%. No Rio Grande do Sul, o crescimento foi de 5,6%.
Melhores desempenhos em agosto sobre o mesmo mês do ano passado:
Tecidos, vestuário e calçados +21,5%
Veículos, motocicletas, partes e peças +18,3%
Outros artigos de uso pessoal e doméstico +16,4%
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação +15,8%