A Báril Empreendimentos Imobiliários ainda pretende entregar casas nos condomínios de luxo inacabados no litoral do Rio Grande do Sul. A informação é da advogada da empresa, Raissa Scherer, ainda sem informar um prazo.
A coluna Acerto de Contas perguntou também para a advogada quantos imóveis estão atrasados. O número não foi informado por ela. No entanto, estima-se que sejam cerca de 400 ações tramitando na Justiça contra a empresa e durante audiência nesta semana foi dito que seriam 500 imóveis que ainda precisam ser entregues a clientes da incorporadora.
- A Báril confia que, com a participação do Ministério Público Estadual, possa encontrar, juntamente com os compradores dos imóveis, uma solução que leve a bom termo esta situação. Tudo isso de forma a que estes clientes que ainda não tiveram suas moradias entregues pela empresa possam receber de maneira adequada e célere os imóveis adquiridos junto à empresa, aliás, tal qual já ocorreu com outras 2.285 famílias que nos últimos 18 anos, confiando na Báril, receberam de maneira adequada seus imóveis adquiridos - afirma a advogada.
Na última terça-feira, houve uma audiência no Ministério Público Estadual para que a Báril prestasse esclarecimentos. No próximo dia 25, haverá uma reunião do órgão com um representante de cada um dos quatro condomínios.
A coluna questionou a empresa por e-mail também sobre os motivos que levaram a essa situação. A advogada elencou três causas: o impacto da crise econômica no mercado imobiliário, erro estratégico da construtora de dedicar-se apenas a empreendimentos focados na segunda moradia no litoral e também ações do Ministério Público.
- Determinadas ações do Ministério Público Federal e Estadual que tiveram como foco diversos empreendimentos do litoral do Rio Grande do Sul, não só da Báril, afetaram diretamente quatro empreendimentos da empresa. Ainda que estas ações até a presente data não tenham transitado em julgado em prol do MP, abalaram a empresa moral e financeiramente seja por via direta, em relação ao mercado comprador, ou por vias indiretas, por força de agentes financeiros que cancelaram financiamentos concedidos e evitaram realizar financiamentos anteriormente previstos - complementou Raissa Scherer.
Durante a audiência de terça, a Báril informou que não pretende pedir recuperação judicial ou falência. Disse que a continuidade das obras se dará por parcerias, mas não deu prazo para isso. O representante da empresa foi Jaime Báril, que tem 95% da Báril.
Advogado de 35 compradores com créditos que giram em torno de R$ 3 milhões, Luciano Dolejal de Freitas diz que as reclamações envolvem quatro condomínios. O Las Olas fica em Imbé e tinha conclusão prevista para dezembro de 2014. O Páteo Marbella era construído em Xangri-lá e deveria ter sido entrege em 2015. No mesmo município, o Costero La Barra deveria ter ficado pronto em dezembro de 2016. Já em Tramandaí, o Lagune Living Resort era prometido pela Báril para junho de 2017.