Na abertura de 2018, o dólar turismo era vendido a R$ 3,44. Nessa quarta-feira (01), a cotação ficou em R$ 3,96. Ou seja, o aumento de lá para cá foi de 15%.
Qualquer alta do dólar liga a luz vermelha dos viajantes, que começam a pedir projeções para a moeda. Prever o comportamento da moeda, no entanto, é uma das coisas mais difíceis da economia. Dizem até que Deus criou o câmbio para enlouquecer os economistas.
- A gente brinca no mercado financeiro que temos uma certeza: que qualquer projeção que fizermos para o dólar estará errada - diz o estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Placido.
Jamais se terá certeza de que conseguiu a cotação perfeita. Tanto que a orientação básica é comprar aos poucos, para alcançar uma cotação média ao longo do período. Ou seja, já está passando da hora de começar a planejar as férias de final de ano.
- Quando fecho uma viagem, começo a pensar seis meses antes e vou comprando o dólar. Já fixo o preço de hospedagem, passagem e até de alguns passeios - acrescenta Placido.
Sobre quem reclama das altas do dólar neste ano, o especialista rebate:
- Se um aumento de 10% ou 15% no dólar inviabiliza a viagem de alguém, essa pessoa nem poderia viajar de qualquer maneira, na minha concepção.
Eventuais aumentos da moeda nesta dimensão devem ser considerados custo e risco da viagem. Celson Placido tem razão porque o orçamento não pode estar tão apertado assim.
Argentina
A dica do estrategista da XP é olhar para países que tiveram mais desvalorização da moeda do que o real em relação ao dólar. É o caso da Argentina, para onde Celson Placido foi nas férias agora e conta que está valendo a pena lá. O peso argentino caiu mais, o que tornou-se uma oportunidade para o viajante.
- A inflação da Argentina está alta. Foi de 3,7% no mês passado, que é a inflação anual no Brasil. Ainda assim, Buenos Aires, por exemplo, está barato. Um vinho sai por R$ 30 e, em um restaurante de São Paulo, custaria até R$ 100. Um prato com bastante carne e "papas fritas" sai por menos de R$ 40.