A economia brasileira recuou 3,34% em maio, mês da greve dos caminhoneiros. Índice de Atividade Econômica, o IBC-Br é calculado pelo Banco Central e considerado uma prévia do PIB. A comparação é com abril e é feito o ajuste sazonal. No mês anterior, tinha apontado avanço da economia sobre março.
Com o recuo, a economia do país ficou em 133,40 pontos. É o menor patamar desde dezembro de 2016. Foi quando atingiu 132,87, o mais baixo daquele ano.
O mercado já falava em um recuo superior a 3%. Os indicadores divulgados pelo IBGE e usados como base pelo Banco Central para o IBC-Br apontavam este caminho. Setor mais afetado pela paralisação dos caminhoneiros, a indústria brasileira caiu 10,9% em maio sobre abril.
O setor de serviços caiu menos, -3,8%. No entanto, foi o recuo mais intenso já registrado pela pesquisa iniciada em 2011. O segmento de transportes foi o que mais puxou o índice para baixo.
O varejo tem dois indicadores na pesquisa do IBGE. O chamado de "varejo restrito" teve recuo de apenas 0,6% no país. No entanto, o "varejo ampliado" caiu 4,9%. Este grupo inclui materiais de construção e veículos, que sentiram o maior impacto da greve.
Na comparação com maio do ano passado, a queda é de 2,9%. No acumulado de 12 meses, a economia ainda fica no positivo, com avanço de 1,13%. No entanto, é bem menos do que os 3% esperados para o país em 2018 nas projeções divulgados no início do ano.
O PIB, por sua vez, é calculado trimestralmente e tem uma metodologia um pouco diferente. O IBGE divulga o indicador com dados consolidados.
Junho
Os indicadores de junho ainda devem trazer impactos da greve. Demora para ajustar a produção da indústria que ficou total ou praticamente parada por dez dias. Há empresas, inclusive, que estão trabalhando aos sábados para recuperar o tempo que ficaram paradas. É o caso da Marcopolo.
O que já se viu foi o impacto na inflação. Depois de muito tempo, os alimentos foram a principal pressão sobre o IPCA, também calculado pelo IBGE. Mais do que a gasolina e a conta de luz.
Leite e frango foram os vilões da inflação oficial de junho. São produtos dos segmentos da economia que levaram a público as dificuldades de escoar produção logo no início da greve.