Dos 383 itens pesquisados, apenas cinco produtos foram responsáveis por 56% da inflação do país no primeiro semestre. Considerado a inflação oficial do país, o IPCA é calculado pelo IBGE e fechou o acumulado de 2018 em 2,60%, puxado principalmente pela alta de junho.
Importante lembrar que os itens lideram o ranking não apenas pelo aumento forte de preços, mas também pelo peso que eles têm no cálculo do IPCA. A observação é do gerente do Sistema Nacional de Índice de Preços do IBGE, José Fernando Pereira Gonçalves. A metodologia do cálculo IPCA busca refletir o orçamento de uma família média brasileira.
Veja quais são os itens e os motivos para os aumentos:
1 - Gasolina +12,17% de janeiro a junho - É o segundo item que mais pesa individualmente no cálculo do IPCA, atrás apenas das refeições fora de casa. A Petrobras aumentou bastante o preço da gasolina nas refinarias, o que foi repassado pelas distribuidoras e postos de combustível. Há ainda a cobrança de ICMS sobre o valor de pauta, provocando novas elevações posteriores aos aumentos feitos pelo estatal.
2 - Energia elétrica +8,02% - Desde o ano passado, tarifas de energia elétrica estão tendo reajustes de dois dígitos. Ocorreu, inclusive, com as concessionárias do Rio Grande do Sul, como CEEE e RGEs. Há ajustes quanto a reduções anteriores na tarifa. Além disso, a conta de luz é formada pela bandeira tarifárias, que em junho foi vermelha patamar 2, a mais alta. Sobre estes valores, ainda há a cobrança de impostos, o que faz o boleto vir cada vez mais alto para o consumidor. Pressiona ainda outros itens da inflação, como os condomínios.
3 - Planos de saúde +6,55% - Há bastante tempo, os planos de saúde lideram as pressões sobre a inflação. Os aumentos têm surpreendido os consumidores e são reclamação frequente nos órgãos de defesa do consumidor. Segundo a Agência Nacional de Saúde, o aumento tem sido o maior desde 2000. Desde 2015, cerca de 2,9 milhões de pessoas saíram do sistema de saúde privado. As operadoras alegam aumento nos custos com saúde.
4 - Leite longa vida +28,15% - O aumento de preço do alimento se concentrou nos últimos meses. Em especial, em junho. No frio, já há a tradicional entressafra. No entanto, a grvee dos caminhoneiros reduziu muito a captação e, portanto, a oferta. Com isso, os preços subiram no campo e a alta chegou na prateleira para o consumidor.
5 - Cursos regulares +5,45% - Este item da pesquisa considera mensalidades com escolas de educação infantil, ensino fundamental, médio e superior. Os gastos com educação chamaram a atenção no início do ano, quando são aplicados, por virem bem acima da inflação. O reajuste não é tabelado e não precisa seguir um índice de inflação. As escolas alegam que calculam a partir de uma planilha de custos do estabelecimento.