Como o recuo da economia em março, pelo terceiro mês consecutivo, voltamos ao patamar de setembro do ano passado. Foi o que mostrou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), uma prévia do PIB.
O resultado, no entanto, não foi suficiente para fazer o Banco Central seguir o que ele próprio sinalizou e o que a maioria do mercado esperava, mesmo que não concordasse. O Comitê de Política Monetária não cortou a taxa de juros Selic, manteve em 6,5% ao ano.
"O Comitê ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções. (...) Esse risco se intensifica no caso de (iii) continuidade da reversão do cenário externo para economias emergentes. Esse último risco se intensificou desde o último Copom."- citou a autoridade monetária em comunicado sobre a decisão.
O dólar pesou. O impacto do câmbio na inflação e a fuga de capitais em busca do juro mais alto nos Estados Unidos.
- Fez muito bem o Copom. Foi independente e correto. Há muito ataque especulativo em moedas emergente rolando no mundo. Foi prudente - comentou o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz.
Economista e diretor de uma das principais indústrias da Região Metropolitana de Porto Alegre, Jorge Delgado comentou para a coluna Acerto de Contas que achou lógica e natural a decisão do Copom:
- Com os juros dos títulos americanos batendo em 3% ao ano e o Brasil cortando o juro para 6,25% em reais, seria um diferencial de juro real muito baixo para uma economia frágil como a nossa. Faltam muitos ajustes estruturais, como reforma tributária e da previdência, fora o cenário político instável.
E o Copom sinalizou manutenção da Selic na parte em que diz: "Para as próximas reuniões, o Comitê vê como adequada a manutenção da taxa de juros no patamar corrente." Lembrando que o ciclo de cortes começou em outubro de 2016.
E Bruno Madruga, da Monte Bravo Investimentos, avisou que, após o anúncio do Copom, o Índice Brasil - EWZ subia 1% no After-Market nos Estados Unidos. Representa as principais empresas brasileiras.