Desde que a Selic começou a ser reduzida pelo Banco Central em 2016, o principal alerta sobre investimentos é o impacto da taxa de administração dos fundos. A rentabilidade está menor com a queda dos juros e percentuais altos cobrados pelas instituições financeiras corroem ainda mais o retorno do investidor que já está enxuto.
O alerta ficou comprovado no levantamento da Economática, que analisou 188 fundos de renda fixa referenciados ao CDI, abreviação de Certificados de Depósito Interbancário e usado como parâmetro para escolher aplicações financeiras. Em resumo, são fundos bem conservadores e que mantiveram as taxas de administração mesmo com a redução da rentabilidade.
— Por exemplo, 1% de administração para uma taxa de 14% ao ano é menor que a mesma taxa de administração de 1% para uma taxa de 7% ao ano, fazendo assim com que estes fundos fiquem mais "caros" aos olhos dos investidores — explica Einar Rivero, derente de Relacionamento Institucional da Economática.
O estudo comparou a rentabilidade nos últimos quatro anos. Entre janeiro de 2014 e fevereiro de 2017, ficou próximo de 90% do CDI. Após essa data, o retorno vem caindo até os atuais 82%.
Sócio da Quantitas e especialista em renda fixa, Rogério Braga considera caras as taxas de administração acima de 0,5%. Já Felipe Mahler, da Monte Bravo, até acha aceitável uma taxa de 1%, mas complementa que o investidor deve procurar fundos com rentabilidade entre 101% e 105% do CDI.