O Rio Grande do Sul perdeu 711 lojas em 2017. O levantamento é da Confederação Nacional do Comércio e considera estabelecimentos que tenham empregados. O ranking considera o saldo entre fechamentos e aberturas.
Foi o sétimo pior resultado do país. Ficou atrás, do Rio de Janeiro, que teve o encerramento líquido de 6.314 operações, seguido por São Paulo, Bahia, Paraná, Ceará e Pernambuco.
Apenas Santa Catarina teve resultado positivo no país. O Estado, que também fica na Região Sul, abriu 207 lojas mais do que fechou no ano passado.
— A defasagem entre o comportamento das vendas e os investimentos em novos estabelecimentos comerciais não permitiu que o setor fechasse o ano no azul do ponto de vista do aumento do número de lojas — afirma Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da Confederação.
Apesar do festival de fechamentos, a CNC considerou que houve uma reação do varejo. Nas 26 unidades da Federação onde foram registrados fechamentos de lojas no ano passado, os saldos foram menores do que em 2016.
Segmentos
Analisando por segmento, os hiper e supermercados se destacaram negativamente em números absolutos no país (-5.692), seguidos pelas lojas de material de construção (-3.714) e lojas de utilidades domésticas e artigos de uso pessoal (-2.221). Por outro lado, estabelecimentos especializados em itens de informática e comunicação (+21) e farmácias, perfumarias e cosméticos (+426) voltaram a registrar aberturas líquidas após quatro anos.
Futuro
Ainda longe de reverter as 226,5 mil lojas eliminadas durante a crise no país, a confederação projeta abertura líquida de 20,7 mil novos estabelecimentos comerciais ao fim de 2018. Considera a defasagem entre o crescimento contínuo das vendas e a natural contrapartida na abertura de novos pontos de vendas do varejo nacional. A entidade projeta ainda crescimento de 5,1% no volume de vendas do varejo.
"Ao longo de 2017, o comparativo com igual mês do ano anterior mostrou que as vendas começaram a reagir positivamente em abril (+0,5% ante abril de 2016) e aceleraram principalmente na segunda metade do ano. De julho a dezembro, por exemplo, o volume de vendas avançou 7,5% ante o mesmo período de 2016, contra um avanço médio de 0,3% na primeira metade do ano.
Com avanço de 4,0% no volume de vendas, o ano de 2017 pode ter marcado o início da recuperação do comércio, não apenas sob esse ponto de vista, mas também quanto ao nível de ocupação. Ao longo do ano passado, 26,5 mil vagas formais foram criadas, resultado que contrasta com os saldos negativos do auge da crise do setor: -175,2 mil em 2015 e -176,0 mil em 2016." - diz a análise da confederação.