Economista-chefe da Farsul, Antonio da Luz está revisando suas projeções para a economia. A decisão foi tomada após andar pelo shopping e ver que caiu pela metade, na comparação com 2016, o gasto exigido para que o cliente trocasse notas fiscais por cupons de sorteio.
Para Antonio, foi um sinal claro de como o setor de serviços está patinando nesta retomada da economia. A sensação não muda o modelo econométrico da projeção, mas provoca reflexões:
— Os indicadores do setor dos serviços sugerem que há uma melhora, mas será que o modelo está certo? Será que não há alguma expectativa negativa não medida e que pode levar ao erro? Será que a melhora de fato existe? — questiona-se o economista.
Explica que as dúvidas acontecem quando a frieza dos modelos entra em conflito com o calor dos sentimento de quem constrói os modelos. Sem modelos, as projeções são erradas. No entanto, os sinais contraditórios precisam ser considerados, como neste caso.
Leitor e grande contribuidor do Acerto de Contas, o economista enviou sua análise para a coluna. Tradicionalmente, a Farsul faz previsões muito próximas do que os indicadores confirmam depois. Além disso, é uma das entidades que participam da pesquisa Focus, divulgada todas as semanas pelo Banco Central.