O futuro é o banco digital. Com esse argumento, o presidente do Banco Agiplan antecipou para a coluna a aprovação de um investimento de R$ 750 milhões em tecnologia e inovação. O primeiro passo, conta Marciano Testa, é lançar o banco totalmente digital até o fim do ano.
Enfrentando o mesmo dilema de outros setores, Testa é agressivo no online, mas segue a expansão física da empresa, que virou banco no ano passado. Esta bagatela anunciada durante a semana, no entanto, será apenas no digital, ficando a maior parte no Rio Grande do Sul.
Emprego é um ótimo termômetro para saber as intenções da empresa, e o Banco Agiplan pretende criar 800 postos de trabalho até o final de 2018, que vão se somar aos 3 mil funcionários atuais. Destas novas vagas, 150 serão para profissionais com foco em tecnologia.
O que é o banco digital completo?
O correntista poderá fazer todo o seu relacionamento apenas com nosso banco digital. Terá cartões de crédito e débito, poderá pagar contas de água e luz, além da oferta de produtos, como crédito, investimento e seguros. Tudo estará disponível no celular.
A expansão física do banco segue o mesmo ritmo?
Temos 450 pontos de atendimento e chegaremos até 2020 com 1 mil unidades no país. Esta ampliação é para atender um nicho da população, que está na Classe C e não é “bancarizada”, ou seja, não tem conta corrente ou cartão de crédito, por exemplo.
Quem já é o público do digital?
O banco digital atua em um mar aberto. Então, toda pessoa ou empresa que tiver interesse no nosso serviço poderá ser correntista.
Como conduzir os dois caminhos paralelamente, sabendo o tempo de cada um?
Nossa estratégia é bem definida. A expansão física tem um período de exploração. Esse cliente que hoje não está bancarizado poderá no futuro usar o banco digital. Se colocarmos em uma balança, o investimento em tecnologia está muito maior porque entendemos que o futuro está no banco digital. Dificilmente, o jovem que hoje está com seis, oito ou dez anos de idade, no futuro, acessará uma agência bancária física. O banco estará no celular ou outro equipamento.
E a sede da Agiplan, o centro de comando, continuará em Porto Alegre?
O assunto sempre volta à nossa mesa. É minha intenção, mas o Rio Grande do Sul tem perdido capital humano para outros locais. Precisamos de políticas dos governos para atrair os jovens para voltarem a empreender no Estado.
Ouça a entrevista com Marciano Testa, para o programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha: