A previsão para a inflação cai com força e há três semanas no relatório Focus, do Banco Central. Na última semana, a projeção do mercado para o IPCA em 2017 passou de 3,38% para 3,14%. Há um mês, estava em 3,50%.
A queda ocorre mesmo com a forte alta nos preços dos combustíveis. Houve elevação de PIS/Cofins, mas também a Petrobras está aumentando com frequência os preços de gasolina e diesel nas refinarias.
- O mercado esperava uma inflação medida pelo IPCA de 0,30%, e o que se observou foi uma alta de 0,19%. Qualitativamente, o número seguiu positivo: disseminação reduzida dos aumentos, inflação de serviços num nível historicamente baixo e a maior queda no preço dos alimentos do período pós-plano real - explica Ivo Chermont, economista-chefe da Quantitas.
A gestora de fundos, inclusive, revisou para baixo o cenário para a inflação de 2017 de 3,2% para 2,9%. Ou seja, ficaria abaixo da meta do Governo Federal, que tem piso de 3%.
- Para 2018, reduzimos a projeção do IPCA de 4,2% para 4,1%, com viés de baixa - complementa o economista.
O dólar foi mantido neste Focus em R$ 3,20. No entanto, a cotação também vem caindo, o que também influencia a inflação.
Um dos reflexos deste cenário é que os analistas também reduziram as apostas para o juro. Selic prevista em 7% ao ano no fechamento de 2017.
Uma boa notícia que aparece novamente no Focus é a aposta para a economia. Mercado elevou a projeção para o PIB para um crescimento de 0,6% em 2017, quase o dobro de quatro semanas atrás.
Outro destaque é a projeção para a indústria. Previsão elevada de crescimento de 1,10% na produção do setor.
Siga Giane Guerra no Facebook.