Em fevereiro deste ano, o juiz federal Eduardo Appio assumiu os processos da Operação Lava-Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba, a instância que, sob o comando do ex-juiz Sérgio Moro, desbaratou, na década passada, o maior e mais tentacular mecanismo de corrupção do Brasil e, possivelmente, do mundo. Appio não era uma figura notória fora de círculos mais próximos de sua atuação profissional. Ex-alunos de Direito Constitucional certamente conheciam a repulsa de Appio ao que considerava “excessos” da Lava-Jato na persecução penal a figuras do alto escalão da República e sócios do crime nos setores público e privado. Mas para grande parte da opinião pública era natural esperar dele a discrição e sobriedade próprias de um magistrado de elite, especialmente a se considerar o perfil discreto demonstrado pelo seu antecessor, o juiz Luiz Antônio Bonat – promovido a desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), com sede em Porto Alegre.
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O fundo do poço
A verdade, como me disse um célebre ex-diretor de redação de Zero Hora, desmaia por vezes. Mas não falece
Eugênio Esber