Depois de cinco meses, finalmente o caso Ronaldinho se aproxima do final no Paraguai. O Ministério Público concluiu a investigação, e não vai apresentar nova denúncia contra os irmãos Assis Moreira. Desta maneira, o caminho está livre para Ronaldinho e Assis finalmente deixarem o hotel onde estão em prisão domiciliar desde o início de abril. Antes, os dois ficaram 32 dias em um presídio.
Com a decisão do MP paraguaio, será marcada uma audiência nos próximos dias, a questão será homologada e os dois ficarão em liberdade, podendo retornar ao Brasil. No entanto, pelo crime de uso de documentação falsa, haverá a necessidade do pagamento de multa. Durante a tarde, conversei com o advogado Sérgio Queiroz, que está desde março acompanhando o caso em Assunção. Ele fez a seguinte avaliação:
— Restou comprovado que não houve má-fé na utilização dos passaportes. Na prática, tudo o que defendemos desde o primeiro dia, ficou evidenciado. Não foi comprovado nenhum crime de natureza financeira ou correlata, como suscitado lá no início. Nenhum. Aliás, nunca houve sequer um indício de prova neste sentido. Portanto, a prisão revelou-se injusta e arbitrária. Agora, prosseguimos para finalizar o processo para que Roberto e Ronaldo possam retornar.
Com a situação praticamente resolvida para Ronaldinho e Assis, algumas perguntas precisam ser feitas para entender alguns mistérios deste caso. Se não existe nenhuma prova do envolvimento dos irmãos em suposto crime de lavagem de dinheiro, por que eles ficaram cinco meses presos? O que está por trás disso? Onde está a empresária Dália López, que levou Ronaldinho e Assis para o Paraguai e segue foragida?
É importante ressaltar que o crime de uso de documentação falsa precisa ser punido. E isto será feito, com o pagamento de multa. Mas se não existe nenhuma outra prova, o Ministério Público do Paraguai precisa explicar o que aconteceu.