Noite de terça-feira (4), no quarto em que mora no Hotel Deville, o técnico Renato Portaluppi conversava com o assessor de imprensa Vitor Rodriguez e acompanhava pela TV o jogo Ceará x Bahia, na decisão da Copa do Nordeste. Por volta de 22h, a surpresa, com o som da batida na porta.
Renato não esperava a visita. Everton, que estava concentrado com a delegação no hotel, apareceu de maneira inesperada para uma conversa com o técnico. Naquele momento, a escalação do atacante não estava confirmada. No treino da véspera do Gre-Nal, Pepê tinha sido aproveitado como titular. A ligação de Jorge Jesus para Everton e o pedido para não jogar por causa da provável transferência para o Benfica haviam mexido com a cabeça do jogador.
Só que a conversa foi decisiva para garantir a escalação. Everton pediu para jogar. Mais do que isso, quase implorou para estar em campo e citou o respeito pelo técnico e pelo grupo de trabalho. Chegou a brincar sobre as chuteiras escolhidas para entrar em campo e o desejo de marcar um gol. Durante os minutos em que permaneceu no quarto, a conversa foi descontraída, mas de muito foco por parte do atacante.
Além da conversa com Renato, Everton também conversou com as principais lideranças do grupo na concentração. A relação dele com todos é a melhor possível. Justamente pela sua dedicação e entrega, os jogadores fizeram a homenagem, pedindo que o atacante levantasse o troféu de campeão do segundo turno do Gauchão no gramado da Arena.
O gol não saiu, mas Everton foi mais uma vez decisivo. Até o Gre-Nal, foram 277 jogos e 70 gols pelo Grêmio. A partir desta quinta-feira, os contatos com o Benfica serão retomados, e a qualquer momento o negócio pode ser oficialmente fechado.