Após 95 dias no Paraguai, Ronaldinho e Assis seguem em prisão domiciliar em um hotel. No momento, a equipe de defesa, liderada pelo advogado gaúcho Sérgio Queiroz, aguarda o resultado do recurso que pede nulidade do processo e liberação imediata dos irmãos.
Independentemente desta questão, existe um grande mistério neste caso que segue sem solução. A grande dúvida é saber onde está a empresária Dalia López, apontada como responsável pelos passaportes falsos dos irmãos Assis Moreira e que convidou os dois para uma série de eventos em Assunção.
No dia 7 de março, o Ministério Público pediu a prisão preventiva dela, que é suspeita de comandar um esquema de lavagem de dinheiro no Paraguai. Dalia, 48 anos, trabalha com o setor agropecuário e importação de automóveis. O Ministério de Tributação a investiga por evasão de divisas e lavagem de dinheiro e estima um desvio de US$ 10 milhões.
Nesta data, eu estava no Paraguai cobrindo o caso Ronaldinho. No dia 9 de março, participei de uma entrevista coletiva com os advogados de Dalia. Na ocasião, eles garantiram que ela se apresentaria para fazer revelações importantes. Só que isto não aconteceu. A empresária simplesmente desapareceu.
Somente no dia 13 de março foi feito um trabalho de buscas em sua casa. Em 20 de março, a Procuradoria do Ministério Público solicitou ordem de prisão para a Interpol. Já estamos em junho, e até agora nenhuma notícia sobre o paradeiro dela.
Dalia também era presidente da Fundação Fraternidade Angelical, que tinha um projeto de assistência médica gratuita, com um evento que deveria ter ocorrido em março com a presença de Ronaldinho. Três meses depois de ter prisão preventiva decretada, ela segue foragida. Este é o grande mistério do caso Ronaldinho.