O caso Ronaldinho começa a entrar em um momento decisivo no Paraguai. Nos últimos dias, os promotores Osmar Legal e Marcelo Pecci, que cuidam da investigação contra os irmãos Assis Moreira, receberam notícias que não foram boas. Na verdade, eles começam a ficar sob pressão.
A primeira situação foi a denúncia feita por Iván Ocampos e Sebastián Median, os gestores (equivalente ao despachante no Brasil) que providenciaram os passaportes falsos de Ronaldinho e Assis, a pedido da empresária Dalia López. Os dois, que estão em prisão domiciliar, revelaram ao programa ABC Notícias, que Euclides Acevedo, o poderoso ministro do Interior do Paraguai, sabia de toda a história, inclusive dos documentos adulterados, dois dias antes da chegada dos irmãos em Assunção.
Depois, os mesmos gestores decidiram pedir uma indenização de 500 milhões de guaranis (cerca de R$ 373 mil) por supostamente terem sofrido danos morais. Também apresentaram denúncia na Unidade Especializada de Direitos Humanos do Ministério Público por suposta violação de direitos humanos.
Além disso, a empresária Dalia López, responsável pela viagem dos irmãos Assis Moreira ao Paraguai, e investigada em um esquema de lavagem de dinheiro, segue foragida.
Conversando com jornalistas paraguaios, eles passam uma ideia de que a expectativa no país é pela apresentação de provas concretas contra Ronaldinho e Assis sobre a suposta participação deles em algum crime de lavagem de dinheiro, o que até agora não aconteceu.
A coluna tentou, com insistência, nos últimos dias falar com os dois promotores, mas eles não passam detalhes sobre o caso. Em meio a tudo isso, a equipe de defesa protocolou dois recursos solicitando a liberação imediata dos irmãos e autorização para o retorno ao Brasil. A expectativa é de que o resultado seja divulgado na próxima semana.
Ronaldinho e Assis completam nesta sexta-feira (5), 92 dias no Paraguai. Foram 32 dias na Agrupación Especializada da Polícia Nacional, e 60 dias no Hotel Palmaroga, onde estão em prisão domiciliar. Na quinta-feira (4) vazou nas redes sociais um vídeo do ex-jogador na sacada do seu quarto. Eles podem circular livremente pelas dependências do hotel, só não podem deixar o estabelecimento.