Nesta quarta-feira (3) Ronaldinho e Assis completam 90 dias presos no Paraguai. Depois de 32 dias na Agrupación Especializada da Polícia Nacional, eles estão desde 7 de abril em prisão domiciliar no Hotel Palmaroga.
Por enquanto, a situação segue inalterada. A equipe de defesa, liderada pelo advogado gaúcho Sérgio Queiroz, protocolou dois recursos na justiça paraguaia pedindo a liberação imediata dos irmãos Assis Moreira e a autorização para retorno ao Brasil. A expectativa é de que dentro de 10 dias a resposta seja dada.
A última novidade do caso é a denúncia feita por Iván Ocampos e Sebastián Medina, os gestores (equivalente ao despachante no Brasil) que providenciaram os passaportes falsos de Ronaldinho e Assis, a pedido da empresária Dalia López.
Os dois, que estão em prisão domiciliar, revelaram ao programa ABC Notícias, que Euclides Acevedo, o poderoso ministro do Interior do Paraguai, sabia de toda a história, inclusive dos documentos adulterados, dois dias antes da chegada dos irmãos em Assunção. E mesmo assim nada foi feito. O desembarque dos dois ainda teve escolta policial e militar. Somente dois dias depois a prisão foi efetuada.
A repercussão é forte nos bastidores do caso porque toda a alta cúpula do setor de Migrações caiu. Mas Acevedo segue firme no cargo. E disse que não sabia dos documentos falsos. Esta é uma polêmica que complica a situação do ministro do Interior. Para Ronaldinho e Assis, não muda muita coisa.
A alegação segue a mesma, os dois garantem que o único crime cometido foi o uso de passaportes falsos. O Ministério Público investiga se existe algum tipo de ligação em um suposto esquema de lavagem de dinheiro. A coluna tentou diversos contatos com os promotores Osmar Legal e Marcelo Pecci, responsáveis pelos casos, mas eles preferem não se pronunciar. O pedido de prisão preventiva é por até 180 dias.