A situação de Diego Tardelli virou um problema para o Grêmio. Principal contratação da temporada, ele não consegue dar resposta em campo, e o seu futuro no clube se transformou em um grande ponto de interrogação. Apresentado em fevereiro, em cinco meses foram apenas 15 jogos e dois gols marcados.
Após a vitória contra o Vasco, quando Tardelli novamente ficou de fora, o presidente Romildo Bolzan mostrou descontentamento com a situação, revelou uma conversa com o atacante e falou que "ele precisa nos dizer se quer ficar" ao se referir sobre o assunto.
Nos bastidores, a irritação é evidente, pois o investimento foi enorme na sua contratação. Durante a Copa América, quando estive em São Paulo, recebi informações de pessoas das relações de Tardelli, e que deixaram claro que o atleta reclamou de problemas de adaptação ao futebol brasileiro, após quatro anos na China, e que tinha a intenção de repensar a decisão de ter voltado ao país.
Como esta especulação já tinha começado durante o período dos últimos jogos antes da parada do Campeonato Brasileiro para a Copa América, tive a oportunidade de fazer esta pergunta para o próprio Tardelli, no Rio de Janeiro, antes de Botafogo x Grêmio, no dia 12 de junho.
Na véspera da partida, após o treinamento no CT do Fluminense, questionei se ele estava insatisfeito com alguma coisa. A resposta foi que a dificuldade era de adaptação aos treinamentos do Brasil, após o período na China. O atacante disse que estava com uma condição física abaixo da ideal, mas que confiava muito no período de trabalho durante o mês de junho para voltar bem no segundo semestre.
Só que isso não ocorreu. No Grêmio, ninguém sentiu confiança na mobilização de Diego Tardelli para mostrar que pode dar retorno. Um fato acabou desagradando a comissão técnica, que foi a falta de vontade para atuar como centroavante. Irritado, Renato avisou que ele também não jogaria como atacante pelo lado.
A avaliação interna é de que a situação chegou no limite e que o jogador precisa mostrar mais comprometimento com o clube. Renato tentou. Mas não foi o suficiente. Por isso o assunto foi passado para o presidente Romildo Bolzan, que teve uma conversa em particular com ele. Fez cobranças. E quer respostas. Na prática, o Grêmio pressionou Tardelli. Primeiro, internamente, e depois publicamente. Agora, a bola está com o jogador.