A saída, agora definitiva, de Lincoln, do Grêmio para o Santa Clara, de Portugal, representa algo que muitas vezes é surpreendente no futebol. Um jogador de talento fora do normal, que surge como um fenômeno das categorias de base, mas que não confirma a expectativa criada.
Quando tinha apenas 14 anos, a família de Lincoln recebeu R$ 400 mil para a carreira dele ser administrada pelo Grupo DIS. Logo depois, com 15 anos, já começou a treinar com o grupo principal. Aos 16 anos, estreou no time principal do Grêmio, lançado por Luiz Felipe Scolari.
Nesta época, era a grande estrela da seleção brasileira sub-17. Foi capitão do Brasil na Copa do Mundo da categoria em 2015, quando o time foi eliminado nas quartas de final pela Nigéria. Na época, seus passos eram observados com total atenção pelo principais clubes do planeta.
O Manchester United, em mais de uma oportunidade, fez consultas ao Grêmio. Em 2016, quando o jogador tinha apenas 17 anos, o Red Bul Salzburg, da Áustria, fez uma proposta de 8 milhões de euros para levar Lincoln. A direção desejava receber pelo menos 30 milhões de euros. Aquele foi o ano em que o meia teve os melhores números pelo clube, com 29 partidas e 4 gols.
Em 2017, sem conseguir encontrar regularidade, as oportunidades começaram a diminuir. Foram 21 jogos e nenhum gol. Na metade da temporada, foi emprestado ao Rizespor, da segunda divisão da Turquia. Por lá, teve alguns bons momentos, mas não se firmou.
Voltou para Porto Alegre, mas teve poucas chances e acabou repassado ao América-MG, onde foi reserva a maior parte do tempo. Em 2019, foi aproveitado apenas duas vezes no decorrer de jogos do Gauchão, quando Renato escalou os reservas.
Talentoso, mas sem regularidade, a avaliação interna é de que Lincoln queimou etapas no processo de amadurecimento como jogador de futebol profissional, e depois teve dificuldades para encontrar o seu rumo dentro do Grêmio.
Com apenas 20 anos, o futuro do meia será no Santa Clara, do Arquipélago de Açores, que foi 10° colocado no último campeonato português. Como o contrato com o Grêmio terminaria já em 2020, Lincoln foi liberado sem custos. Mas o clube gaúcho continua com 35% dos direitos econômicos, com a esperança de que ele finalmente consiga confirmar tudo o que se espera.