A vitória do Brasil contra o México teve a qualidade de Neymar, a força do grupo, mas, acima de tudo, o brilhantismo de Tite. O técnico já começou acertando na escalação, ao deixar Filipe Luís na equipe, e colocando isso de forma clara para Marcelo, que deve voltar nas quartas de final, em condições melhores. Outra decisão sua, a permanência de Fágner, foi um acerto. As alterações, como a entrada de Firmino, também deram certo. Ou seja, a qualidade do trabalho, vista nas eliminatórias, está se confirmando na Copa do Mundo.
Mas Tite tem outro grande mérito. Talvez o maior de todos. Ele, junto com os integrantes da comissão técnica, está controlando Neymar. No aspecto técnico, não há dúvida nenhuma do que o atacante pode fazer. E está fazendo, como vimos contra o México. É candidato a ser craque da Copa. O problema sempre foi o aspecto emocional, a reação aos problemas de entradas duras e discussões dentro de campo. E essa mudança ficou nítida na coletiva desta segunda-feira (2), na Samara Arena.
A primeira entrevista pós-jogo foi de Juan Carlos Osorio, técnico do México, que já chegou dizendo que a arbitragem foi uma "vergonha", ao permitir a interrupção do jogo por tanto tempo por causa de um atleta. Obviamente estava se referindo a Neymar, no lance em que ele foi pisoteado por Layun. Logo depois, vieram para a entrevista Neymar e Tite.
A pergunta era óbvia. O craque foi questionado sobre as declarações de Osorio. Neste momento, o técnico deixou claro como está administrando o grupo. Segurou o braço de Neymar, pegou o microfone, e falou:
— Vamos respeitar a hierarquia, treinador responde para treinador, e jogador reponde para jogador.
O atacante ouviu e concordou. Não falou nada. Definitivamente, Tite tem o controle da sua equipe de trabalho. E esse é o passo mais importante para o hexa.