A Fifa apertou o cerco e começou aplicar multas a clubes por influência de terceiros em transferências de atletas. A entidade está sendo rigorosa no caso de empresários ou empresas que tem ingerência nas aquisições feitas para os times.
Em um comunicado oficial a Fifa informou que clubes de Portugal, Espanha e Arábia Saudita receberam punições. A maior foi ao Al Arabi, que recebeu uma sanção de R$ 657 mil por ter "acertado vários contratos que possibilitavam a terceiros a entrada nas decisões do clube". O Benfica levou multa de R$ 526 mil, e o Sporting, de R$ 385 mil.
Para entender melhor a situação, conversei com alguns advogados especialistas em transferências internacionais. A Fifa está de olho em tudo e aplicando estas medidas, mas ainda está sendo benevolente em casos de clubes que dividem entre si a participação futura de comercialização de direitos econômicos. A bronca da entidade é realmente com os investidores que usam clubes laranjas para ocultar a sua participação. Mas isso nem sempre é simples de provar.
No caso da dupla Gre-Nal, que tem dois investidores que se tornaram famosos nos últimos tempos, algumas coisas já estão sendo modificadas. No Grêmio, o exemplo mais recente foi o da contratação de Miller Bolaños. Ele veio do Emelec, mas no momento do fechamento do negócio, o empresário Celso Rigo emprestou o dinheiro para o clube, sem ficar com percentual dos direitos do equatoriano. Inclusive Rigo já recebeu de volta o valor. Ou seja, empréstimo puro e simples. Ao contrário do que acontecia antes.
No caso do Inter, no final do ano passado Delcir Sonda emprestou dinheiro para o pagamento de salários atrasados no Beira-Rio. Mas da mesma forma, não recebeu percentual de nenhum atleta em troca disso, algo que era comum. O clube vai pagar mais na frente o valor recebido. Com as novas regras, são precauções extremamente importantes.