Quando se fala em Barcelona aqui em Guayaquil, a reação é quase sempre a mesma: orgulho, felicidade e sorriso no rosto. Estamos falando da maior torcida do Equador, ou como a imprensa local chama, "mitad más uno".
O estádio Isidro Romero Garbo, com capacidade para 57 mil torcedores normalmente recebe grande público. Na quarta-feira, contra o Grêmio, estará completamente lotado. Atrás dos gols os mais fanáticos pulam sem parar. Mas o domingo abafado, com temperatura acima de 30 graus, foi diferente por aqui. O Barcelona jogou fora de casa, em Quito, e empatou em 3 a 3 contra o El Nacional. Para conhecer um pouco melhor essa torcida, circulei por Guayaquil, com seus quase 3 milhões de habitantes, para ver como eles acompanham os jogos. Claro que pela utilização da equipe reserva o interesse diminuiu.
Depois de passar pelo centro e avenidas badaladas, parei na zona norte, região mais pobre, em um bar humilde na beira da rua. O dono, Jhonny Hernandez, é a simpatia em pessoa. Pendurou uma bandeira do Barcelona na entrada e convida todo mundo para sentar. São poucas cadeiras, mas ele vai dando um jeito. Chama os amigos, o pai, mexe no telefone e toma cerveja.
Tudo isso falando sem parar. E o assunto é sempre o mesmo, a paixão pelo time e o jogo desta quarta-feira. A esperança maior é em Damián Diáz, mas até Ariel, aqui chamado de Nahuelpán, recebe alguns elogios. Ele não caiu muito nas graças da torcida, mas Jhonny chama o centroavante de "El Loco" e diz que esse temperamento pode ajudar. Loucura ou não, o clube mais popular do Equador sonha com o maior título da sua história.