Soy loco por tri, América! Soy loco por tri de amores!
Soy loco por tus tres colores: o preto dos teus condores, o branco (da tua espuma), de teus pacíficos pendores, o azul de teus tantos esplendores! El cielo como bandera...
O amanhã haverá de cantar em prosa y verso el nombre dos hombres-heróis vivos, seus gols como poemas, nossos zagueiros como trincheiras, saudados por todas esquinas, por todos os cantos, solenes na imortalidade dos cânticos, em hinos de paz e de guerra, hasta te comover. Hasta te converter...
Estou aqui de passagem, sei que adiante, um dia, vou morrer de susto, de fala ou vício – aos gritos. Eu, que sempre te segui, em todos os ritos, lado a lado com todos teus mitos: na Baixada, na Azenha e até nos Aflitos, num precipício de luzes, numa avalanche de júbilo, entre saudades e soluços, abraçado aos pinguços. Sei que hei de morrer de braços, de peito e de olhos abertos, no peito, nos olhos, nos braços e no seio do Tricolor. Mais apaixonado ainda, pois eu sou borracho si, señor! E bebo todas que vier – e canto pro nosso TRIcolor, nosso único amor!
Sorriso de quase nuvem ilumina Luan, o menino da lua cheia. E el nombre dos homens vivos já não se pode calar: Fernandãodinho, rápido como um raio, e Geromito, que podia ser Che ou Bolivar, mas é Bento! Já com Edilson, a anatomia ficou louca: ele é todo coração. E Kannemann, nosso homem-cão de guarda, ficou no quintal porque quem desfilou na passarela argentina foi Bressan. Cortez, the killer, agora está do lado dos aztecas, dos charruas e minuanos, pois ganhou alma farroupilha. Soy loco por tri, América, porque temos o rei Arthur e temos MILchel e temos RaMILro e EVERton e Jailson Já, e Fernandãodinho e Jael, o cruel, e Lucas de todos los Barrios pobres de Latinoamérica . E Cícero, cuja cada jogada é como uma oração, e Thyere, que tem nome de mosqueteiro, quando a virgem da Guadalupe dá as mãos à Nossa Senhora de Caravaggio para mais um Milagrohe de Marcelo! E Pedro, forte como uma Rocha, chora lá na mãe Rússia como se chora em todos rincões, em todos os recantos, pelos encantos de nuestra América.
A todos vocês, que amei, amo e amarei, ícones guardados no meu coração-caverna, como quem num banquete ergue a taça e celebra, abro agora meu crânio repleto de versos! Memória, convoca, célere, aos salões, nosso célebre plantel de inumeráveis libertadores, de Mazzaropi a Jardel, de Adilson a De León, de Danrlei, Dinho e Renato, agora renascido. Veste essa noite de núpcias, passa de corpo em corpo, de pé em pé, de boca em boca até tocar todos os corações. Esses dois tempos se perpetuarão na história e, hoje, tocarei flauta usando minhas próprias vértebras. E sairei dando cores às vogais: A de anil; o E é celeste; I de índigo; o O se tinge de azul e o U é cerúleo.
O alvor das bandeiras, do bando da Geral, o fulgor desses lanceiros negros, de armas brancas, de sangue azul escorrendo da testa. Que alquimia é esta que marca a fronte dos homens sóbrios quando erguem a taça? O santo graal, o cálice sagrado, la cooopa – queremos y tenemos la Copa, a banda tá loca e te vi tricampeão. Eu te sigo desde pequeno, já não posso mais parar, Grêmio, eu te dou a vida, tu é a a alegria do meu coração. Somos, somos de Grêmio, e esta noite te vimos ganhar! Grêmio, tu de novo colocastes a América aos nossos pés e elevastes nossa alma azul celeste aos píncaros da glória. Grêmio, tu nos deixaste louco por tri. Grêmio, sempre seremos loucos por ti.
E digo mais: agora, estou indo torcer pro Grêmio bebendo vinho, porque o Mundial é o meu caminho! Até porque já está mais do que hora de acabar com o planeta!