"Não foi um erro claro e óbvio." Essa foi a frase dita pelo chefe de arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, sobre a interferência do VAR no pênalti marcado para o Cruzeiro contra o Inter na partida do último final de semana pelo Brasileirão. O ex-árbitro não fugiu do debate e participou do quadro A Regra é Clara do programa Seleção SporTV desta segunda-feira (7).
Gaciba também fez uma avaliação do trabalho do árbitro de vídeo ao longo da competição nacional. Reconheceu que a busca por um critério na linha de interferência nas decisões do juiz principal é a maior dificuldade para o desenvolvimento futuro da ferramenta. Também manifestou que o recurso tecnológico que mede situações de impedimento é 100% confiável, percentual que não se pode garantir para questões interpretativas.
Embora não tenha entrado em detalhes técnicos das decisões dos árbitros nos jogos da última rodada, a mais polêmica da competição até aqui, ele fez ponderações pontuais sobre algumas jogadas apresentadas ao longo do debate. Uma delas foi o pênalti marcado para o Cruzeiro na partida contra o Inter. Na votação dos comentaristas de arbitragem do programa, houve unanimidade em relação ao erro do árbitro carioca Wagner do Nascimento Magalhães.
O apresentador André Rizek considerou um erro duplo, pois entendeu que o árbitro acertou no campo e depois foi "convidado ao erro pelo VAR" e aceitou. O jornalista passou a bola para Leonardo Gaciba, que fez uma manifestação comedida, mas suficiente para expressar a visão que tem da jogada.
— O que eu achei da jogada? Não é um erro claro e óbvio de arbitragem. Só acho isso — comentou o chefe de árbitros da CBF.
Com essa fala, Gaciba não disse se acha que foi pênalti ou não. Também não expressou diretamente se houve erro do juiz ao mudar de ideia e marcar. Entretanto, deixa claro que esse tipo de lance não está enquadrado com a linha de intervenção que deseja como ideal no processo do VAR no Brasileirão. Para ele, o árbitro de vídeo Pathrice Wallace Maia não deveria ter chamado Wagner Magalhães para revisar o lance no vídeo. Ou seja, segue o jogo!
A missão de Gaciba na CBF não é nada simples. Já está mais do que claro que o processo de implementação do VAR não é só sobre como lidar com uma tecnologia. É conduzir a maior revolução nas regras do futebol em um contexto que não está preparado para isso em todos os níveis, desde os torcedores aos próprios árbitros.