Não faltaram polêmicas na derrota por 3 a 1 do Inter contra o Flamengo no Maracanã. Pênalti marcado, amarelo que virou vermelho, expulsão por ofensa e reclamação de penalidade não apitada.
De tudo o que ocorreu, talvez a questão que esteja gerando mais debate no dia depois do confronto seja o pênalti protestado pelos colorados no lance envolvendo Rodrigo Caio e Paolo Guerrero. Além da não marcação da infração em si, o principal questionamento é pela falta de interferência no VAR. Fui em busca da resposta e trago aqui os bastidores de como funcionou o procedimento.
O árbitro Luiz Flávio de Oliveira estava bem posicionado no momento e chegou inteiro na observação do lance. Ou seja, não foi uma situação de contra-ataque em que a possibilidade de avaliar no campo de jogo tenha ficado comprometida. Isso não quer dizer que o juiz não possa errar, mas a interferência do VAR precisa cumprir o protocolo. O árbitro de vídeo Émerson de Almeida Ferreira olhou o lance no monitor da cabine, realizou a checagem e autorizou que o jogo fosse recomeçado porque não houve a avaliação de que um erro grave estava sendo cometido.
Por se tratar de um lance interpretativo, os responsáveis pelo recurso eletrônico respaldaram a decisão tomada por Luiz Flávio de Oliveira. Em resumo, a interpretação do campo foi aceita pela cabine do VAR. Se tivessem entendido que a disputa de Rodrigo Caio com Guerrero caracterizasse um erro claro do juiz, o árbitro de vídeo teria solicitado a revisão no monitor à beira do gramado. No entanto, reitero que não foi isso que aconteceu.
Sobre a alteração do cartão do lateral Bruno, a informação é de que a aplicação do vermelho se resolveu no campo. O VAR não teve qualquer interferência. O que houve foi um trabalho em equipe em que o bandeira Danilo Ricardo Simon Manis auxiliou o árbitro Luiz Flávio de Oliveira para a interpretação de que uma situação clara e imediata de gol estava sendo impedida com uma infração sem levar em conta a disputa de bola. Se o VAR tivesse interferido, o árbitro obrigatoriamente precisaria ir ao monitor à beira do gramado para não caracterizar quebra de protocolo.
Vale lembrar que a CBF promete disponibilizar aos clubes os áudios das conversas entre o árbitro de vídeo e o de campo durante os jogos, embora não esteja divulgando publicamente os conteúdos. Se o VAR tivesse interferido, o árbitro receberia a recomendação para ir ao monitor à beira do gramado para revisar o lance.