Uma semana após perder a final da Copa do Brasil para o Athletico-PR dentro do Beira-Rio, o Inter voltou a ter uma noite para esquecer. Nesta quarta-feira, o Colorado foi derrotado pelo Flamengo no Maracanã por 3 a 1 em uma partida em que tudo deu errado para o time gaúcho. Gabigol, Arrascaeta e Bruno Henrique marcaram os gols cariocas. Edenilson fez o de honra dos comandados de Odair Hellmann.
Em um jogo tumultuado, o Inter teve dois expulsos ainda no primeiro tempo. Bruno levou vermelho aos 18 ao cometer o pênalti que Gabigol converteu em gol aos 19. Ainda antes do intervalo, Guerrero reclamou fortemente com o árbitro Luiz Flávio de Oliveira de uma entrada de Rodrigo Caio e também foi expulso.
Com a derrota, a distância do Inter para o líder Flamengo agora é de 12 pontos e a chance de título se torna remota. O nível das atuações do Rubro-Negro não indica uma queda rendimento, enquanto o time gaúcho parece longe de adquirir consistência que permita ao torcedor acreditar que a diferença possa ser tirada — ainda que restem 17 rodadas.
O Inter volta a campo no domingo, às 16h, quando irá receber o Palmeiras, atual vice-líder, precisando da vitória para tentar retornar ao G-4. O ambiente no Beira-Rio certamente será de pressão para Odair e seus comandados após a nova frustração no Maracanã.
Mesmo precisando da vitória para se aproximar do Flamengo, o técnico Odair Hellmann fez uma mudança na teoria cautelosa na escalação colorada. O atacante Wellington Silva foi sacado da equipe para a entrada do meio-campista Nonato. O treinador explicou antes de a bola rolar que sua ideia era ganhar um melhor passe com Nonato por dentro e ter força pelo lado com Patrick, que atuou aberto pelo lado esquerdo.
— O Flamengo pressiona alto a saída de bola e o Nonato tem uma característica de bom passe. Mantemos um jogador de força pelo lado, que é o Patrick. Vamos procurar não apenas ter a ideia de marcação, mas também de saída — prometeu Odair.
A estratégia de Odair Hellmann, porém, foi por água abaixo cedo. Aos 10 minutos, o zagueiro Rodrigo Moledo sentiu lesão em uma disputa com Bruno Henrique foi substituído por Klaus, que cometeu falha de consequência grave para o Inter em seu primeiro lance. O defensor errou o bote na marcação de Gabigol, que avançou em direção à área, driblou Marcelo Lomba e acabou derrubado por Bruno. Além do pênalti, o árbitro Luiz Flávio de Oliveira deu o cartão vermelho para o lateral colorado.
Gabigol não deu chances para Marcelo Lomba na cobrança do pênalti. O artilheiro do Brasileirão deixou o goleiro colorado cair em um canto e bateu no outro para abrir o placar no Maracanã. Mesmo com 1 a 0 contra, Odair sacou o atacante Nico López e mandou a campo Zeca para recompor o lado direito da defesa. A essa altura, o treinador parecia mais preocupado em evitar uma goleada.
Com 10 homens e sem um atacante de velocidade para puxar o contra-ataque, o Inter jogou praticamente o primeiro tempo todo dentro do seu campo. O Flamengo dominou, mas não também não teve muito ímpeto ofensivo. A melhor chance carioca veio em um cruzamento de Everton Ribeiro que entrou Rodrigo Caio, mas o zagueiro não conseguiu o desvio para o gol aos 40. Logo depois, Arrascaeta teve a chance também pelo alto e cabeceou para fora.
A situação que já era difícil para o Inter se tornou ainda pior aos 42 minutos. Paolo Guerrero, que um pouco antes havia pedido pênalti em uma disputa com Rodrigo Caio na área do Flamengo, ficou sangrando após um choque com o zagueiro rubro-negro. Irritado, reclamou fortemente com o Luiz Flávio de Oliveira, que deu o vermelho direto para o peruano. A expulsão gerou indignação dos jogadores colorados e do técnico Odair Hellmann. Apenas reclamação, nada que mudasse a decisão do árbitro.
No começo do segundo tempo, aos 3 minutos, o que nem o colorado mais otimista esperava aconteceu. Patrick teve raça e disputou uma bola que parecia perdida na linha de fundo, ganhou de Rodrigo Caio e tocou para Rodrigo Lindoso, que achou Edenilson na entrada da área. O camisa 8 bateu de perna esquerda e contou com o desvio em Gerson para vencer Diego Alves. Com dois homens a menos, o Inter empatava no Maracanã lotado.
A esperança de obter um resultado heroico, no entanto, durou pouco. Sete minutos depois do gol de Edenilson, nova falha defensiva custou caro ao Inter. Rafinha cruzou da direita, Klaus e Zeca não subiram e Arrascaeta, de 1m72cm de altura, cabeceou para botar o Flamengo em vantagem novamente: 2 a 1.
O Inter não teve como reagir ao gol de Arrascaeta. O restante do segundo tempo foi apenas para suportar as investidas do Flamengo e evitar um placar pior. O Flamengo não forçou muito, mas ainda sim foi criando suas chances. Aos 30, Bruno Henrique se antecipou a Cuesta em cruzamento de Everton Ribeiro e chutou por cima do gol de Lomba.
Odair Hellmann tentou uma última cartada com Parede no lugar de Nonato aos 29 para tentar aproveitar contra-ataque. Um minuto depois, porém, o Flamengo fez o terceiro. Arrascaeta escorou de cabeça em cruzamento e Bruno Henrique apareceu livre na pequena área para só empurrar a bola para o fundo das redes e decretar o placar final da partida: 3 a 1.
Brasileirão — 21ª rodada — 25/9/2019
FLAMENGO 3
Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; Willian Arão (Reinier, 24 2ºT), Gerson, Everton Ribeiro e De Arrascaeta (Vitinho, 39’ 2ºT); Gabigol (Berrío, 42' 2ºT) e Bruno Henrique. Técnico: Jorge Jesus
INTER 1
Marcelo Lomba; Bruno, Rodrigo Moledo (Klaus, 10’ 1°), Cuesta e Uendel; Lindoso; Nico López (Zeca, aos 19’1º), Edenilson, Nonato (Guilherme Parede, 27’ 2ºT) e Patrick; Guerrero. Técnico: Odair Hellmann
GOLS: Gabigol aos 19 minutos do primeiro tempo; Edenilson, aos 3, Arrascaeta, aos 10, e Bruno Henrique, aos 28 do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS: Willian Arão (F), Edenilson (I).
CARTÕES VERMELHOS: Bruno (I), Guerrero (I).
PÚBLICO: 64.548 (60.244 pagantes).
RENDA: R$ 2.810.435,50.
ARBITRAGEM: Luiz Flávio de Oliveira, auxiliado por Danilo Simon Manis e Miguel Ribeiro da Costa (trio paulista).
VAR: Emerson de Almeida Ferreira (MG)
Próximo jogo — 29/9/2019
Brasileirão — Domingo, 16h
Inter x Palmeiras
Beira-Rio, em Porto Alegre (RS)