Houve o pênalti e o cartão vermelho foi bem aplicado, mas não há como ignorar a confusão feita pelo árbitro Luiz Flávio de Oliveira na vitória por 3 a 1 do Flamengo sobre o Inter no Maracanã. O juiz da Fifa demonstrou insegurança. Além disso, a forma de mudar a cor do cartão abre margem para a interpretação de quebra de protocolo. O VAR poderia ter interferido para sugerir a revisão, mas, neste caso, o árbitro principal precisaria obrigatoriamente olhar o monitor à beira do gramado.
Isso não ocorreu. Levando em conta que o protocolo foi cumprido corretamente, a única conclusão possível é de que a decisão de anular o amarelo e mostrar o vermelho para Bruno não partiu da cabine do VAR.
Algo que chama atenção é que a imagem da TV deixa clara a leitura labial de Gabigol falando com o juiz depois da aplicação do amarelo para o lateral colorado:
— Não era para vermelho, pô. Eu ia fazer o gol — disse o atacante do Flamengo.
Não posso acreditar que Luiz Flávio de Oliveira tenha mudado de ideia após ouvir as palavras do jogador da equipe carioca. Seria um absurdo. Se tudo foi seguido corretamente, restam duas opções. A troca do cartão surgiu da própria cabeça do juiz ou a partir da informação passada por algum assistente dentro de campo. Estou curioso por uma versão oficial que explique a situação. O áudio do VAR seria importante para isso.
Outra discussão da noite foi por conta do pênalti reclamado pelo Inter. O lance é interpretativo, mas considero que a arbitragem acertou na decisão de mandar o jogo seguir. Vejo o contato de Rodrigo Caio com Paolo Guerrero. O zagueiro usa o corpo para ganhar espaço, mas não entendo que tenha feito alguma ação faltosa dentro da área. O VAR deveria ter solicitado a revisão, caso considerasse que um erro grave estava sendo cometido. Não foi o que ocorreu.
A expulsão de Guerrero fecha a sequência de polêmicas. O centroavante estava com um sangramento no rosto em decorrência de um lance acidental, mais uma vez com Rodrigo Caio. O zagueiro saltou para o cabeceio, acertou a bola e na sequência atingiu o supercílio do adversário. O cartão vermelho foi aplicado depois que o centroavante perdeu a cabeça e se dirigiu à arbitragem fazendo gestos e usando palavras ofensivas. Luiz Flávio de Oliveira não hesitou. Ao contrário do lance do pênalti, ele sacou o vermelho com rapidez e disparou na direção do camisa 9.
Para fechar, o tempo de acréscimo do primeiro tempo foi menor do que o tempo perdido. O "incêndio" era tanto dentro de campo que Luiz Flávio de Oliveira deve ter considerado mais seguro mandar as equipes para o vestiário para tentar acalmar as tensões. Deve ter pensado que dar um tempo maior poderia aumentar ainda mais a confusão.