Polêmicas, reclamações e muita discussão. O uso do VAR foi um dos principais assuntos da Copa América. Os números mostram que isso não ocorreu apenas por se tratar de uma novidade na competição. O recurso eletrônico foi destaque também por ter sido utilizado em grande quantidade. Em 26 partidas, a tecnologia ajudou a modificar 27 decisões tomadas pela arbitragem dentro de campo. Sem falar em todas as situações em que houve a interferência, mas o juiz principal decidiu manter a marcação inicial. Isso revela um protagonismo exagerado do VAR.
Foram marcados seis pênaltis e desmarcados outros três com o auxílio do árbitro de vídeo ao longo da Copa América. Também houve sete gols anulados e outros dois validados. Além disso, o recurso ajudou a mostrar dois cartões vermelhos. Também foram apresentados seis amarelos, e um foi anulado. Esse levantamento não leva em conta as situações em que o VAR não modificou a decisão tomada inicialmente pelo juiz principal, como o que ocorreu na final entre Brasil e Peru.
Duas leituras que podem ser feitas deste levantamento. A primeira é que o VAR se meteu demais nas partidas. A segunda é que os árbitros erraram mais do que deveriam. As duas podem ser consideradas verdadeiras, mas acredito que a primeira tenha sido responsável por potencializar a polêmica ao longo da competição. A linha de intervenção definida pela Conmebol foi muito baixa e o árbitro de vídeo não interferiu somente em erros graves ou claros. Houve revisões de lances em que a decisão do juiz principal deveria ter sido respeitada.
Um exemplo de lance em que o VAR não deveria ter atuado foi o envolvendo Arthur e Derlis Gonzálesno jogo entre a Seleção Brasileira e o Paraguai. A ação do brasileiro não era para expulsão, mas o responsável pelo recurso pediu que o juiz principal fosse olhar um possível vermelho direto. Isso abriu margem para reclamações e gerou confusão quando situações aparentemente mais graves foram "ignoradas". Foi o que ocorreu na partida entre Brasil e Argentina, quando o VAR não solicitou revisão alguma, o que causou a ideia de interferência seletiva na competição.
No resumo de tudo, ainda que o VAR tenha evitado muitos erros, o alerta fica ligado para as outras competições da Conmebol. A linha de interferência precisa ser mais alta e mais clara. Do contrário, a confusão só aumentará daqui para a frente.
Confira as interferências do VAR na Copa América:
Brasil x Bolívia (Néstor Pitana)
- Revisão de possível vermelho para o boliviano Saucedo em lance com Casemiro, mas apenas o amarelo foi aplicado.
- Pênalti marcado para o Brasil depois de toque de mão de Jusino dentro da área.
Venezuela x Peru (Wilmar Roldán)
- Gol anulado do Peru por impedimento de Christofer Gonzáles.
Paraguai x Catar (Diego Haro)
- Gol anulado o Paraguai por impedimento de Derlis González.
Uruguai x Equador (Anderson Daronco)
- Cartão vermelho aplicado para o equatoriano Quintero por acertar o braço no rosto do uruguaio Lodeiro.
- Uruguai teve um gol validado. Mina marcou contra e o bandeira sinalizou que a bola saiu pela linha de fundo, mas isso não ocorreu.
Bolívia x Peru (Roddy Zambrano)
- Bolívia teve pênalti marcado por toque de mão de Zambrano, que levou amarelo. No campo, o juiz tinha marcado impedimento anterior ao pênalti.
Brasil x Venezuela (Julio Bascuñán)
- Dois gols anulados por impedimentos de Roberto Firmino e Philippe Coutinho.
Colômbia x Catar (Alexis Herrera)
- Pênalti em favor da Colômbia foi desmarcado e o cartão dado ao jogador do Catar foi anulado.
Argentina x Paraguai (Wilton Sampaio)
- Pênalti marcado em favor da argentina por toque de mão de Piris, que levou amarelo.
Uruguai x Japão (Andrés Rojas)
- Pênalti marcado a favor do Uruguai e amarelo aplicado para Ueda por entrada em Cavani.
Equador x Chile - (Patricio Loustau)
- Árbitro revisou possível cartão vermelho para o goleiro chileno Arias, mas mostrou só amarelo e marcou falta fora da área.
Colômbia x Paraguai - (Victor Carrillo)
- Gol da Colômbia foi anulado porque a bola pegou na mão de Luis Díaz.
- Pênalti para a Colômbia foi desmarcado.
Equador x Japão (Jesús Valenzuela)
- Gol do Japão foi validado porque a posição era legal.
Brasil x Paraguai (Roberto Tobar)
- Pênalti em favor do Brasil foi desmarcado, falta fora da área foi apitada e Balbuena foi expulso.
- Possível vermelho para Arthur em lance com Derlis González foi revisado, mas apenas o amarelo foi aplicado.
Colômbia x Chile (Néstor Pitana)
- Dois gols do Chile anulados por impedimento de Sánchez e por toque no braço de Maripán.
Chile x Peru (Wilmar Roldán)
- Pênalti marcado para o Chile.
Argentina x Chile (Mario Díaz de Vivar)
- Pênalti marcado para o Chile.