Depois da Copa da Rússia, podemos declarar que há uma única verdade absoluta sobre o uso do árbitro de vídeo. Não estou aqui para enumerar fatos positivos e defender com unhas e dentes os benefícios do recurso eletrônico. Uma lista com acertos decisivos serviria só para convencer ainda mais quem já é a favor do VAR.
Também não tenho o objetivo de escancarar falhas e promover a desgraça de uma tecnologia que depende da interpretação humana. Mostrar os erros ocorridos mesmo com 36 câmeras à disposição seria um prato cheio para alimentar o ódio dos que acham que o VAR terminará com a magia do futebol.
Não estou aqui para escolher um desses lados e encará-lo como se fosse uma seita. Então, decidi ocupar este espaço para cravar a única certeza possível que se pode ter sobre o árbitro de vídeo neste momento. Sei que é uma obviedade e você já sabe do que estou falando mesmo que eu nem diga, mas vou dizer: não tem mais volta.
Seja lá o lugar em que você se sente mais feliz na discussão — ou muito a favor ou totalmente contra — não há como fugir deste fato. O árbitro de vídeo veio para ficar.
Quem defende o VAR, terá a oportunidade para continuar fazendo isso a partir das quartas de final da Copa do Brasil e da Libertadores. Para o torneio nacional, a CBF aproveitou o período do Mundial da Rússia para realizar cursos de capacitação com os árbitros com o objetivo de fazer com que todos tenham o domínio da nova ferramenta. Já a Conmebol confirmou a ampliação do uso do recurso. Em 2017, o VAR foi adotado somente para os últimos três jogos da competição sul-americana. Agora serão sete partidas com a tecnologia à disposição.
O árbitro de vídeo veio para ficar
Para quem é contra o VAR, a boa notícia é que o Brasileirão segue sendo o futebol com apito raiz. Ainda haverá espaço para a simulação e para tentativas de agressão fora da disputa de bola sem que o juiz possa perceber. Também teremos os árbitros adicionais, os populares samambaias, atrás das metas. Mas não se engane. Eles nada mais são do que árbitros de vídeo analógicos. Logo serão substituídos pela versão tecnológica.
Nem o Gauchão ficará livre deste novo futebol onde um gol é comemorado duas vezes, uma quando é marcado e outra quando o árbitro faz o sinal do quadradinho para informar que ele foi legal. Além do Gre-Nal, um dia o VAR ainda se espalhará pelos demais certames do Rio Grande do Sul. Estará no Estádio dos Eucaliptos, no Antônio David Farina e até no Cristo Rei gerando apreensão aos torcedores que assistem ao jogo no alto do barranco.
Goste você ou não, o VAR estará cada vez em mais lugares e será mais constante. Essa é a única certeza possível.