O Grêmio está indo bem na questão da denúncia de racismo feita pelo Flamengo em nome de Carlinhos. Na nota oficial em resposta ao clube carioca, em momento algum desacreditou, ironizou ou criticou o atacante. Anunciou que iria atrás de checar o conteúdo da acusação. Pode-se até discutir a força de perícias contratadas que concluem a seu favor, mas não do ato em si, de ir atrás de algo além do declaratório.
Foi dada importância ao episódio não apenas da boca para fora. Mesmo após o resultado de que não houve injúria, o Grêmio continua sem transformar a vítima em vilão, como é normal em denúncias assim.
A mensagem dessa linha de conduta, implícita nas notas oficiais do Grêmio, é relevante na luta antirracista. Houve pedido de retratação ao portal Lance! e ao Flamengo pela divulgação do vídeo sem certeza do conteúdo, mas com respeito a Carlinhos. Ele nem é mencionado.
Houve a empatia de entender que o jogador, de cabeça quente, em um país de racismo estrutural enraizado e décadas de opressão terrível da população negra, pode ter ouvido "macaquinho" em vez de "tá brabinho?". Quantas vezes na vida Carlinhos sofreu com injúrias raciais? É 100% compreensível. A bronca do Grêmio é com o uso do vídeo, não com o jogador.