Eis que o mal de todos os males se tornará o maior aliado de Grêmio e Inter na reta final deste medonho 2024, o ano da enchente. Já está acontecendo. Bastou Roger Machado ter semanas livres de treino e o resultado veio não apenas no placar dos jogos, mas no nível das atuações.
A vitória do Inter sobre o Fortaleza por 2 a 1 fala por si: jogo de construção, em cima do vice-líder, já com o departamento médico se esvaziando e energias recarregadas. Claro que o mérito maior é do trabalho diferenciado de Roger e Paulo Paixão, que assumiram em meio à tempestade e já dão sinais de navegação controlada.
Mas não há como negar. O terrível calendário, a partir de agora, será grande aliado de Grêmio e Inter. Vai acontecer de forma mais visível com o Grêmio logo ali também. Ocorre que o time de Renato se atrasou demais, então os efeitos são mais visíveis em tempos de tabela no caso do Inter. Não é surrealismo puro? O calendário, antes inimigo, por vias tortas agora é aliado gaúcho.
Há certo temor, entre os gremistas, de enfrentar o Flamengo no domingo (22). Mas Tite & Cia estarão esgualepados. Será um time reserva. Ou misto cansado. Três dias antes e depois, o Flamengo tem o Peñarol pela Libertadores. A cabeça estará onde? Na Arena é que não.
Vale o mesmo para o jogo São Paulo x Inter, posicionado entre as quartas de final que opõem Tricolor do Morumbi e Botafogo. O São Paulo será obrigado a poupar titulares contra o Inter, mesmo que sejam adversários de G-6.
O calendário, que “pune” no Brasileirão quem vai longe nas Copas, pode definir até o campeão. Vivo na Libertadores e na Copa do Brasil, o Botafogo vai sentir essa reta final. O Palmeiras de Abel já ensaia o bote.
Fala-se que essa sequência do Grêmio pós-parada Fifa foi a que o colocou no Z-4 no primeiro turno. Pode ser, mas lá o Grêmio acumulava três competições e a enchente. Agora toma ar e se fortalece na Arena, sem falar na boa janela.