O Grêmio divulgou um vídeo no qual o vice-presidente José Carlos Duarte faz uma homenagem para a família de Everaldo, campeão com a Seleção em 1970 e que fez do clube a sua vida. Sua filha, Denise, disse:
— Uma estrela não brilha sozinha, mas com toda uma família que o meu pai construiu. Ele tinha muito carinho pelo time que fez dele campeão e cidadão.
— O Grêmio homenageia os seus ídolos através das gerações. O torcedor faz questão de resgatar essa história — explicou Duarte.
Como se sabe, o lateral-esquerdo Everaldo foi um movimento chave do técnico Zagallo para equilibrar defensivamente aquele timaço que trouxe o tri ao Brasil no México. O volante Piazza, do Cruzeiro, tinha sido recuado para a zaga.
Se Carlos Alberto já era lateral ofensivo na direita, na esquerda Zagallo buscava um ótimo marcador, inclusive para dar liberdade a Rivellino. Everaldo entrou no lugar do badalado Marco Antônio, do Fluminense, e não saiu mais. Os próprios jogadores, sobretudo as estrelas, apoiaram a decisão.
Everaldo Marques da Silva vestiu a camisa do Brasil entre 1967 e 1972. Morreu jovem, em 1974, aos 30 anos, vítima de acidente de carro a caminho de Cachoeira do Sul. Salvo um breve empréstimo ao Juventude, o Grêmio foi seu único clube: virou estrela dourada na bandeira tricolor, em homenagem ao seu representante na maior Seleção Brasileira de todos os tempos.
Mas isso na bandeira oficial, não no escudo, no distintivo. A terceira camiseta do Grêmio traz essa estrela sozinha, em vez das três fixadas em 1985, que representam o Mundial (a dourada, incluindo a façanha de Everaldo), os títulos continentais (a de prata) e as conquistas nacionais e regionais (bronze).
Uma bela homenagem a Everaldo, sem dúvida. E uma chance, o chamando “gancho”, para falar da história do clube.