Os colorados que me abordam falam que veem preguiça em Valencia. É compreensível a irritação. Ele erra pênaltis e quase todos os movimentos dos quais participa. É fato que o rendimento dele desabou. Ricardo Mathias, 18 anos, produziu mais do que ele e Alario somados jogando apenas alguns minutos diante de Juventude e Vitória.
Aos torcedores, digo o seguinte. O histórico de Valencia por onde passou não indica um homem preguiçoso, desistente, e sim um profissional honesto. E se essa aparente "preguiça", vista assim de longe, pela TV, quando examinada mais de perto revelar prostração?
Sabe aquela tristeza, que produz abatimento, esgotamento e fraqueza, cujas razões podem nascer fora do campo? Cobranças, estresse após tanto tempo sem férias, questões familiares.
Talvez, sim, ele precise mais de carinho — sendo titular ou na reserva — do que de bronca ou intolerância. Valencia não é craque, mas joga muito mais do que isso. Não pode ter desaprendido.
Sim, o Inter lhe paga um salário milionário, mas isso não tira dele a condição humana que é de todos nós. Não é uma situação fácil de resolver.